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IATA reforça apelo aos governos por apoio à emissão líquida zero de CO2 na aviação até 2050

Imagem: Björn Strey / CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

Na 41ª Assembleia da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) reforçou o apelo aos governos pela adoção de uma Meta Aspiracional de Longo Prazo (LTAG – Long Term Aspirational Goal) para atingir zero emissões líquidas de CO2 na aviação até 2050.

Este importante passo à frente por parte dos governos está alinhado com os objetivos do Acordo de Paris e com a resolução de zero emissões líquidas de CO2 até 2050 acordada pelas companhias aéreas na 77ª Assembleia Geral Anual da IATA em outubro de 2021.

Willie Walsh, diretor geral da IATA, disse que a importância do acordo LTAG não pode ser subestimada. O compromisso da indústria da aviação de atingir zero emissões líquidas de CO2 até 2050 requer políticas governamentais de apoio, e agora que os governos e a indústria estão focados em zero líquido até 2050, a IATA espera iniciativas políticas muito mais fortes em áreas-chave de descarbonização, como incentivar a capacidade de produção de Combustíveis Sustentáveis ​​para Aviação (SAF).

“A determinação global de descarbonizar a aviação que sustenta este acordo deve seguir adiante e levar a ações políticas práticas, permitindo que todos os estados apoiem a indústria no rápido progresso que está determinada a fazer”, destacou Walsh.

A decisão sobre uma meta de longo prazo na ICAO vem após intensas negociações que unem os diferentes níveis de desenvolvimento em todo o mundo. Houve apoio esmagador na Assembleia da ICAO para o objetivo.

CORSIA

A Assembleia também reforçou seu compromisso com o Esquema de Compensação e Redução de Carbono para a Aviação Internacional (CORSIA – Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation) e aumentou sua ambição ao concordar em estabilizar as emissões da aviação internacional em 85% do nível de 2019.

Ao concordar com isso, muitos governos enfatizaram o papel do CORSIA como a única medida econômica aplicada para gerenciar a pegada de carbono da aviação internacional.

“O acordo da Assembleia fortalece o CORSIA. A linha de base mais baixa colocará uma carga de custos significativamente maior para as companhias aéreas. Portanto, é mais crítico do que nunca que os governos não retirem o cimento que une o CORSIA como a única medida econômica para gerenciar a pegada de carbono da aviação internacional. Os Estados devem agora honrar, apoiar e defender o CORSIA contra qualquer proliferação de medidas econômicas. Isso só prejudicará o CORSIA e o esforço coletivo para descarbonizar a aviação”, disse Walsh.

Combustível sustentável de aviação (SAF)

A indústria espera que o SAF desempenhe o maior papel na descarbonização da aviação. A IATA estima que talvez 65% da mitigação necessária para emissões líquidas zero em 2050 virá do SAF. A indústria comprou todos os cem milhões de litros de SAF disponíveis em 2021, a oferta permanece limitada e o preço muito mais alto do que o combustível de aviação convencional.

“Com o LTAG em mente, os esforços dos estados devem agora ser focados em formas de incentivar o aumento da capacidade de produção de SAF e, assim, reduzir seu custo. O tremendo progresso feito em muitas economias na transição da produção de eletricidade para fontes verdes, como energia solar e eólica, é um exemplo brilhante do que pode ser alcançado com as políticas governamentais corretas, particularmente, incentivos à produção”, disse Walsh.

Os resultados da Assembleia incluem várias áreas-chave de apoio ao SAF. Foi solicitando ao Conselho da ICAO:

– Facilitar a capacitação e assistência técnica aos estados para programas SAF;

– Trabalhar com as partes interessadas para definir e promover a transição para o SAF;

– Facilitar o acesso ao financiamento para projetos de desenvolvimento de infraestrutura dedicados ao SAF para desenvolver os incentivos necessários para superar os obstáculos iniciais do mercado.

Para isso, foi solicitando aos Estados:

– Acelerar a certificação de combustível e o desenvolvimento de SAF, incluindo produção de matéria-prima;

– Acelerar a certificação de novas aeronaves e motores para permitir o uso de 100% SAF;

– Incentivar e promover acordos de compra;

– Apoiar a entrega a tempo de quaisquer alterações necessárias à infraestrutura aeroportuária e de fornecimento de energia;

– Considerar o uso de incentivos para apoiar a implantação do SAF.

Implementação

A IATA enfatizou a importância de uma implementação eficaz.

Walsh disse que os governos não devem perder o ímpeto que impulsionou os resultados dessa assembleia. Os custos da descarbonização da aviação estão na casa dos trilhões de dólares e o cronograma para a transição de uma indústria global é longo.

“Com as políticas governamentais certas, a SAF pode atingir um ponto de inflexão em 2030 que nos levará ao nosso objetivo líquido zero. Na próxima Assembleia, a caracterização ‘aspiracional’ do LTAG deve ser transformada em um objetivo firme com um plano de ação claro. Isso significa que os governos devem trabalhar com a indústria para implementar uma estrutura de política global eficaz capaz de atrair os recursos financeiros necessários para colocar a aviação em um caminho imparável para atingir zero líquido até 2050. Há muito trabalho a fazer, e nenhum minuto a perder”, finalizou Walsh.

Informações da IATA

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