A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) informou que, até o final de outubro de 2024, governos ao redor do mundo bloqueiam US$ 1,7 bilhão em fundos das companhias aéreas, valor ligeiramente inferior comparado aos US$ 1,8 bilhão reportados em abril.
Nos últimos seis meses, houve reduções significativas de fundos bloqueados em países como Paquistão, Bangladesh, Argélia e Etiópia. Entretanto, observou-se um aumento em Moçambique, além do surgimento de problemas na Bolívia, onde a repatriação das receitas das vendas se tornou cada vez mais difícil.
Willie Walsh, Diretor Geral da IATA, expressou preocupação com essa situação que chamou de “jogo infeliz de acerte o alvo,” considerando inaceitável que barreiras sejam impostas à repatriação dos rendimentos das companhias aéreas. Segundo Walsh, a aviação é crucial para a conectividade e prosperidade econômica e, se as companhias aéreas não podem repatriar seus fundos, a prestação de serviços é insustentável, podendo afetar negativamente as economias locais.
Atualmente, nove países respondem por 83% dos fundos bloqueados, totalizando US$ 1,43 bilhão. Destes, o Paquistão lidera com US$ 311 milhões bloqueados, embora haja uma redução em relação aos US$ 411 milhões em abril. A principal dificuldade lá é o sistema de certificados de auditoria e isenção de impostos que causa atrasos longos.
Na África, cerca de US$ 1 bilhão está bloqueado, representando 59% do total global. Houve melhoria significativa na Argélia, onde os valores caíram de US$ 286 milhões para US$ 193 milhões, e na Etiópia, reduzidos de US$ 149 milhões para US$ 43 milhões. Por outro lado, os aumentos mais expressivos ocorreram nas zonas XAF (+US$ 84 milhões), Moçambique (+US$ 84 milhões) e XOF (+US$ 73 milhões).
Outro fato relevante é que a Bolívia foi adicionada à lista de países com fundos bloqueados devido à deterioração na disponibilidade de moeda estrangeira, particularmente o dólar norte-americano, resultando em aproximadamente US$ 42 milhões bloqueados.
A IATA continua a pressionar os governos para cumprir com as obrigações internacionais que facilitam a repatriação de fundos, argumentando que a continuidade e ampliação da conectividade aérea global dependem da pronta resolução destas questões financeiras.