Agentes do Ibama iniciaram na segunda-feira (6), com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Força Nacional de Segurança Pública, ações de fiscalização para proteger indígenas e combater o garimpo ilegal no território Yanomami, em Roraima. Até o início da noite desta terça (7/2) haviam sido destruídos um helicóptero, um avião, um trator de esteira e estruturas de apoio logístico ao garimpo. Também foram apreendidas duas armas e três barcos com cerca de 5 mil litros de combustível.
Ibama e Força Nacional instalaram uma base de controle no rio Uraricoera para impedir o fluxo de suprimentos para os garimpos. Além de gasolina e diesel, as “voadeiras” de 12 metros carregavam cerca de uma tonelada de alimentos, freezers, geradores e antenas de internet. Todos os suprimentos foram apreendidos e serão usados para abastecer a base de controle. Nenhuma embarcação com carregamento de combustível e equipamentos será autorizada a seguir daquele ponto de bloqueio em direção aos garimpos.
A instalação de bases de controle será estendida para outras áreas da terra indígena. A estrutura logística é fornecida pela Funai, e o apoio dos indígenas nesta fase é fundamental.
A ação aérea é realizada pelo Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) do Ibama, que monitora pistas de pouso clandestinas na região. Sobrevoos para identificar e destruir a infraestrutura do garimpo, como aviões, helicópteros, motores e instalações, serão mantidos. O trator destruído era usado para abrir “ramais” na floresta.
O avanço do garimpo, estimulado pelo último governo, resultou em uma crise humanitária na terra indígena. A Polícia Federal investiga o crime de genocídio contra os Yanomamis.
O Ibama também fiscaliza distribuidoras e revendedoras responsáveis pelo comércio irregular de combustível de aviação que abastece os garimpos.
O objetivo principal da operação é inviabilizar linhas de suprimento e rotas que abastecem e escoam a produção do garimpo, além de garantir a permanência das equipes de fiscalização por prazo indeterminado. As ações foram acompanhadas pela Procuradoria Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente, da Advocacia-Geral da União (AGU).
Informações do Ibama