Iluminação noturna do aeródromo Santa Maria é “divisor de águas para a aviação de MS”

Aeródromo Santa Maria, em Campo Grande – Imagem: Chico Ribeiro / Seinfra-MS

Como publicado mais cedo nesta sexta-feira, 6 de maio, pelo AEROIN, Campo Grande passou a contar, desde a noite de quinta-feira (5), com dois locais para pousos e decolagens no período noturno.

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), entregou a iluminação noturna do aeródromo Santa Maria, localizado na saída para Três Lagoas.

Em atividade no aeródromo há 13 anos, o piloto Alderi Dal Lago, o Alemão, conta que a iluminação na pista do local coloca fim a uma luta de dez anos. “Há dez anos a gente vem pedindo, lutando. É um avanço muito grande para o Estado e para a aviação”, disse.

Alderi é proprietário de cinco hangares no aeródromo e atende voos comerciais e particulares. O empresário conta que a demanda aumentou tanto que “falta hangar” para o movimento que deve vir com a operação noturna. “O futuro da aviação regional é aqui no Santa Maria”, completa.

Com mais de 30 anos de experiência na aviação, o coronel Adalberto Ortale Júnior, piloto da Coordenadoria de Transporte Aéreo da Casa Militar, considera fundamental ter mais de uma opção de pista balizada em uma cidade como Campo Grande, que até então tinha apenas o Aeroporto Internacional.

Coronel Adalberto Ortale Júnior – Imagem: Chico Ribeiro / Seinfra-MS

Com estrutura de escola de aviação, a Casa Militar, entre outras atividades, também oferece treinamento para a formação de novos pilotos, inclusive oriundos de outros estados como São Paulo, Mato Grosso e Paraná.

“Parte do treinamento do piloto é executado no período noturno para que ele aprenda as técnicas de pouso e decolagem à noite e se ambiente com a falta de luz natural. Essa parte do treinamento era feito no aeroporto internacional, porém, lá, a Força Aérea Brasileira também treina à noite, o que cria uma certa complexidade para conciliar nosso treinamento com o deles. Agora, com o balizamento da pista do Santa Maria, temos a possibilidade de treinar aqui no Santa Maria, não mais se deslocando com a aeronave e todo o efetivo para o internacional”, afirmou o coronel.

Divisor de águas

Para o superintendente Viário da Seinfra, Derick Machado, responsável pelas operações dos aeroportos do Estado, a entrega dos equipamentos é um “divisor de águas” na aviação do Estado.

“O Governo do Estado sempre teve essa preocupação com o investimento em diversos modais de transporte e a prova disso é que os aeroportos não ficaram de fora. Hoje o Santa Maria é um aeródromo estratégico para a região”, disse.

O balizamento do Santa Maria, segundo Dérick, vai garantir maior segurança para as operações aéreas em Campo Grande. “A Capital do Estado só tinha um aeroporto com balizamento. Então, em uma condição de emergência, com a aeronave trafegando no período noturno e tem que alternar, as cidades mais próximas seriam Dourados, Bonito, Coxim ou Corumbá. Então, o Santa Maria, com certeza, vem para trazer uma maior segurança para as operações aéreas, porque numa condição de emergência ele pode ser usado também”, disse.

Investimento

Além dos novos equipamentos, o Governo do Estado também investiu no preparo da equipe para operar a nova estrutura do Santa Maria. O secretário de Estado de Infraestrutura, Renato Marcílio, considera os investimentos como de “alta significância”.

“Esse aeroporto acaba já tendo mais movimentação que o aeroporto internacional, tendo restrição de voo. Agora, com essa iluminação, vai poder operar 24h, o que deve aumentar muito o movimento. A aviação é fundamental para o desenvolvimento. Esse é o primeiro passo aqui no Estado e o Governo vai investir mais em aeroportos”, garantiu.

Para a instalação dos equipamentos foram investidos aproximadamente R$ 2,5 milhões. Além da iluminação, a equipe técnica da Superintendência Viária fez os projetos necessários e apresentaram para a Agência Nacional de Aviação (ANAC) e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), aos quais foram aprovados e homologados para reconhecimento das novas características da pista, que antes tinham as dimensões de 1.100 x 23 metros, passando após os projetos para 1.500 x 30 metros.

Informações do governo do Mato Grosso do Sul

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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