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Imagens mostram a chegada hoje ao Brasil do “rejeitado” Boeing 747 do chinês Hongyuan Group

O Jumbo Jet em Guarulhos, em cena dos vídeos abaixo – Imagem: canal Golf Oscar Romeo

Como apresentado na semana passada pelo AEROIN, uma empresa chinesa que tem duas aeronaves Boeing 747-8F de histórias um tanto quanto interessantes recebeu aprovação para começar voos ao Brasil, previstos para acontecerem ao longo de todo o mês de novembro.

De fato, nessa sexta-feira, 4 de novembro, o primeiro pouso aconteceu às 08h02 da manhã, dando início às operaçõesno Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

O vídeo a seguir mostra as imagens feitas pelas câmeras ao vivo do canal Golf Oscar Romeo no YouTube, por dois diferentes ângulos de visão. Abaixo do vídeo, veja mais detalhes sobre essa operação e a história dos dois Jumbo Jets “rejeitados” da empresa.

O serviço foi contratado por uma empresa brasileira de comércio exterior com objetivo de trazer cargas diversas da China e, no retorno, levar do Brasil frutas e outros itens variados para a Europa. As informações sobre a carga foram passadas ao AEROIN por uma fonte próxima da operação.

Como visto na pintura da fuselagem, o avião pertence ao Hongyuan Group, da China, mas é operado pela Air Belgium, da Bélgica, como indicado pela pintura na cauda. O grupo asiático tem participação no capital da Air Belgium. Além disso, em 2020, o Hongyuan escolheu o aeroporto de Bruxelas como local estratégico para sua sede europeia, onde construiu um armazém de 8.000 m².

A programação dos voos de/para o Brasil, que serão operados entre 4 e 22 de novembro, consta do registro de voos autorizados da ANAC. Depois do trecho entre Hong Kong, na China, e Bruxelas, na Bélgica, os Jumbos sempre passarão por uma escala em Dacar, no Senegal, antes de chegarem ao Brasil.

Os seguintes horários são os aprovados pela ANAC:

Dias 4, 11, 14 e 18 de novembro:
– Voo ABB-551: pousa em Guarulhos às 08h50 da manhã
– Voo ABB-552: decola às 14h35, rumo a Bruxelas.

As aeronaves rejeitadas

A história das duas aeronaves é curiosa. Quando foram produzidas, elas deveriam ir para a Atlas Air, que não as quis. Depois, foram alocadas para uma empresa britânica chamada Global Supply Systems, que também as rejeitou. Por fim, foram aceitas pela Saudia, da Arábia Saudita, onde receberam as matrículas HZ-AI3 (msn 37562) e HZ-AI4 (msn 37563).

Após chegarem à Arábia, os jatos voaram em rotas de carga na Ásia e Europa, principalmente. Em três oportunidades, no entanto, foram deixadas paradas por cerca de um ano, fazendo com que, em 9 anos de vida, os aviões tenham voado cerca de cinco apenas – muito aquém de sua capacidade. A última parada aconteceu em maio de 2020 e, a partir daí, os jatos foram colocados à venda.

Em seguida, mais rejeições. Primeiro da empresa russa Air Bridge Cargo, que chegou a tê-los alocados em seu nome, mas jamais os operou. Depois, a Air Belgium demonstrou interesse e recusou numa primeira tentativa. Mais tarde, em maio de 2022, a empresa belga recebeu as aeronaves devido à parceria com a gigante chinesa do comércio exterior.

Os aviões ficaram apenas poucos meses registrados em nome dos belgas e então passaram oficialmente ao nome do grupo chinês, embora tenham mantido as matrículas OE-LFC e OE-LFD de origem belga, por serem operadas pela Air Belgium.

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