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O Conselho Internacional de Aeroportos (ACI World) publicou, neste mês de outubro, seu Relatório de Tráfego Aeroportuário Mundial (WATR na sigla em inglês), com dados mostrando o impacto dramático e catastrófico da pandemia de Covid-19 no tráfego dos aeroportos nos primeiros seis meses de 2020. Veja a seguir um comparativo entre o desempenho pré-crise e a situação atual do mercado.

Um 2019 pujante
De acordo com o relatório, em 2019 o tráfego de passageiros nos 20 aeroportos mais movimentados do mundo havia crescido 1,7%. Com mais de 1,5 bilhão de passageiros passando por seus terminais, este grupo de 20 terminais representou 17% do tráfego global de passageiros.
O número de passageiros de todos os aeroportos do mundo, por sua vez, foi estimado em mais de 9,1 bilhões em 2019, um aumento de 3,5% em relação a 2018, ilustrando uma indústria de aviação saudável antes do impacto catastrófico da atual pandemia.
O tráfego aeroportuário nos mercados emergentes e economias em desenvolvimento cresceu, em 2019, ligeiramente mais rápido (+3,9%) do que nas economias avançadas (+3,1%). África (+6,0%) e América Latina-Caribe (+4,4%) apresentaram o mais forte crescimento de todas as regiões no tráfego de passageiros.
O ano passado, no entanto, marcou o final de uma década de crescimento consistente no tráfego global de passageiros, antes que a crise da Covid-19 levasse aeroportos em todo o mundo a uma quase ou completa paralisação, resultando em perdas de tráfego aeroportuário e de receita em todas as regiões.
Os efeitos em 2020
No primeiro semestre de 2020, o número mundial de passageiros em aeroportos diminuiu -58,4% em comparação com o mesmo período de 2019, com o tráfego internacional sendo o mais atingido, registrando uma queda de -64,5%.
Além da queda do número de pessoas transportadas, a movimentação geral de aeronaves diminuiu -41,6%, enquanto o volume total de carga pelos aeroportos diminuiu -12,4%, no mesmo período dos primeiros seis meses deste ano.
Como consequência dos profundos impactos, os 10 mais movimentados aeroportos de 2019 foram assim afetados durante a primeira metade deste 2020:
Ranking dos aeroportos mais movimentados de 2019 e impactos da pandemia
1. Atlanta (ATL) – 110,5 milhões de passageiros em 2019; tráfego caiu 56,6% no primeiro semestre de 2020
2. Pequim (PEK) – 100 milhões de passageiros em 2019; tráfego caiu 73,6% no primeiro semestre de 2020
3. Los Angeles (LAX) – 88,1 milhões de passageiros em 2019; tráfego caiu 58,9% no primeiro semestre de 2020
4. Dubai (DXB) – 86,4 milhões de passageiros em 2019; tráfego caiu 56,4% no primeiro semestre de 2020
5. Tóquio (HND) – 85,5 milhões de passageiros em 2019; o tráfego caiu 59,2% no primeiro semestre de 2020
6. Chicago (ORD) – 84,6 milhões de passageiros em 2019; tráfego caiu 57,6% no primeiro semestre de 2020
7. Londres (LHR) – 80,9 milhões de passageiros em 2019; tráfego caiu 60,2% no primeiro semestre de 2020
8. Xangai (PVG) – 76,2 milhões de passageiros em 2019; o tráfego caiu 68,1% no primeiro semestre de 2020
9. Paris (CDG) – 76,2 milhões de passageiros em 2019; tráfego caiu 61,4% no primeiro semestre de 2020
10. Dallas / Fort Worth (DFW) – 75,1 milhões de passageiros em 2019; tráfego caiu 48,2% no primeiro semestre de 2020
Agregado dos TOP 10 aeroportos – 863,420 bilhões de passageiros em 2019; tráfego caiu 60,2% no primeiro semestre de 2020
Enquanto Atlanta e Pequim ocupavam os dois primeiros lugares como os aeroportos mais movimentados do mundo, e Los Angeles havia subido uma posição para ocupar o terceiro lugar em 2019, os dados do primeiro semestre de 2020 mostram que esses aeroportos sofreram quedas de -56,6%, -73,6% e – 58,9%, respectivamente. Foi a queda mais acentuada da história do setor.
“Depois de um período de crescimento global sustentado em 2019, a indústria da aviação enfrenta agora a pior crise que já enfrentamos, com enormes quedas no tráfego de passageiros e receitas devido ao impacto da pandemia de Covid-19”, disse o Diretor Geral Mundial da ACI, Luis Felipe de Oliveira.
As prioridades para a recuperação
Oliveira enfatiza que a aviação – e os aeroportos como o principal ponto focal da indústria – serão os principais impulsionadores da recuperação econômica global da Covid-19, e os governos precisam fornecer assistência e coordenação para ajudar a salvar empregos, proteger operações essenciais e fornecer políticas sensatas para facilitar o retorno da conectividade aérea.
“Estamos otimistas quanto ao futuro, mas precisamos de consistência e colaboração em todo o mundo em questões importantes como testes. A indústria está unida na opinião de que testes generalizados de passageiros antes da viagem, como uma alternativa às restrições de quarentena, serão uma forma crucial de promover a confiança do público nas viagens aéreas e devem ser introduzidos”, alertou o Diretor, em consonância com as declarações da IATA (Associação Internacional do Transporte Aéreo) sobre o mesmo tema.
Oliveira ainda completa que, diante da longa e difícil jornada para a volta aos níveis de sucesso vistos em 2019, é preciso um trabalho conjunto em toda a indústria, lado-a-lado com a ICAO (Organização da Aviação Civil Internacional) e organizações internacionais de saúde, para desenvolver uma abordagem global para testes que ajudará a estabelecer consistência e procedimentos viáveis.
O relatório WATR do ACI inclui dados de 2.565 aeroportos em mais de 180 países em todo o mundo e, segundo o Conselho, a publicação deste ano contém os dados mais abrangentes já coletados.
Informações do ACI
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