Um inseto causou um grande susto para os pilotos de um Boeing que decolava no último dia 04 de outubro, quando fez a aeronave “pensar” que estava entrando em estol (situação em que a velocidade não é suficiente para gerar sustentação e a aeronave passa a “afundar” no ar).
Segundo informações do The Aviation Herald, o Boeing 737-800 de companhia aérea Xiamen, de registro B-5658, decolava para o voo MF-8395 de Qingdao para Changsa (ambos na China), e já estava girando na pista (levantando o nariz para sair do chão) quando a vibração do manche foi ativada assim que o trem de pouso do nariz saiu do chão.
A vibração de manche é um mecanismo acionado automaticamente pela aeronave quando há inconsistência na velocidade, para alertar os pilotos de que a aeronave pode estar entrando na condição de estol.
A tripulação declarou “PAN PAN” (mensagem falada no rádio para indicar uma emergência que, pelo menos no momento, não representa um perigo iminente de acidente) e continuou a subida, identificando que as indicações dos instrumento de velocidade do ar se tornaram não confiáveis.
Somente cerca de 66 segundos depois do início da vibração, os pilotos conseguiram normalizar o sistema e cessar a vibração, após identificar que a velocidade do ar do indicador do lado direito estava errada.
A tripulação considerou o clima em Qingdao e decidiu que não era favorável ao retorno, optando por continuar até Changsa, onde a aeronave aterrissou em segurança.
Uma inspeção pós-voo revelou que o tubo pitot do lado direito (aquele tubinho que costuma ficar na asa ou no nariz das aeronaves e que mede a velocidade do ar) havia ingerido um inseto durante a rotação, e o aquecimento do pitot (que evita que ele congele) queimou o inseto em cinzas que bloquearam o tubo.
A equipe relatou que esse foi o minuto mais longo de suas vidas, mas que com a experiência, os bons hábitos e o gerenciamento de recursos da equipe, eles conseguiram cruzar as velocidades do ar e identificar a falha de velocidade do lado direito.