Três ocorrências com aviões prestes a decolar, classificadas pela autoridade de investigação como “incidentes sérios” e causadas pelo mesmo fator, foram registradas em poucos dias recentemente, levando à emissão de um alerta para que uma atenção especial seja dada a este fato.
A Autoridade de Aviação Civil (CAA) e a Agência de Investigação de Acidentes Aéreos (AAIB) do Reino Unido (UK) foram avisados em junho sobre três eventos separados ocorridos no Aeroporto Heathrow, de Londres, entre 9 e 11 de junho de 2021, nos quais as aeronaves foram sujeitas a bloqueios dos tubos de pitot, que resultaram em discrepâncias de velocidade e necessidade de ações das tripulações associadas.
Os tubos de pitot e o restante dos sistemas de pressão associados a eles são responsáveis por utilizar a pressão atmosférica e a pressão do ar impactando contra a aeronave para calcular, por exemplo, a velocidade aerodinâmica do voo, que é mostrada aos pilotos no painel.
A causa desses eventos é o assunto da investigação que a AAIB do Reino Unido está realizando, no entanto, o feedback inicial sugere que uma forma de infestação de insetos pode ter contribuído para esses eventos.
Um dos casos, por exemplo, envolveu um Boeing 777-200 da British Airways, registrado sob a matrícula G-YMMR, que estava partindo para o voo de número BA-81, de Londres para Accra, em Gana.
O jato estava acelerando na pista 27L de Heathrow quando a tripulação rejeitou a decolagem em cerca de 80 nós (148 km/h) devido a indicações não confiáveis de velocidade em todos os três sistemas de pitot. A aeronave diminuiu a velocidade com segurança e voltou ao pátio.
Segundo a AAIB UK, as três aeronaves envolvidas eram de diferentes modelos e estavam em operação de baixa utilização. Elas estiveram sujeitas a estacionamento por períodos de 3 a 7 dias em vários locais do aeroporto.
Diante disso, através da notificação de segurança SN–2021/014 a CAA UK alertou aos operadores e organizações de manutenção e de gerenciamento de aeronavegabilidade contínua que, enquanto a investigação estiver em andamento, esses eventos podem não ser isolados neste aeroporto e o tempo em que as aeronaves ficam paradas para os bloqueios ocorrerem ainda é desconhecido.
A recomendação é que os operadores e as organizações devem garantir a conformidade com os Dados de Adequação Operacional (OSD) dos Fabricantes ou dos Titulares de Certificados de Tipo das aeronaves, especificamente os relacionados ao armazenamento, inspeções pré-voo e informações de velocidade não confiáveis.
As tripulações também devem estar cientes desse problema potencial, lembrando da importância das verificações de velocidade durante a rolagem de decolagem e as ações a serem tomadas em caso de discrepância, bem como a verificação das indicações de velocidade não confiáveis em voo adequadas para o tipo de aeronave.
Com informações da AAIB e do The Aviation Herald
