A Marinha dos Estados Unidos iniciou uma investigação confidencial, conhecida como “Project Odin’s Eye”, para avaliar se as forças extremas durante manobras de combate aéreo e decolagens a partir de porta-aviões estão causando danos cerebrais acumulativos em pilotos de elite do programa Strike Fighter Tactics Instructor, popularmente conhecido como “TOP GUN”.
Como informa o Aviacionline, a investigação foi motivada pelos suicídios de três pilotos veteranos, cujas famílias relataram sintomas consistentes com danos cerebrais, incluindo problemas de memória, ansiedade e comportamento errático.
Os pilotos de caça enfrentam forças G extremas durante decolagens assistidas por catapulta e manobras aéreas intensas, que podem provocar pressão excessiva no cérebro, rompendo conexões neurais delicadas.
Embora a Marinha tenha estudado os impactos de manobras isoladas, os efeitos acumulativos ao longo da carreira dos pilotos não haviam sido considerados anteriormente.
Relatos colhidos sugerem que anos de lançamentos de porta-aviões e manobras de alta velocidade podem ter um efeito cumulativo severo, resultando em sintomas como perda de memória, ataques de pânico, insônia e irritabilidade extrema.
No entanto, muitos pilotos atribuem essas questões a distúrbios mentais não relacionados ao voo e, por medo de serem afastados, preferem ocultar seus sintomas.
O “Project Odin’s Eye” inicialmente focou em identificar lesões cerebrais em SEALs da Marinha, devido à sua exposição frequente a explosões e ondas de choque, e agora inclui pilotos do “TOP GUN”.
Esta abordagem busca lidar urgentemente com essas preocupações e compreender a verdadeira extensão do problema. Segundo fontes, o projeto foi iniciado sem aprovação formal dos comandos médicos e de aviação da Marinha, sugerindo que altos oficiais podem não estar completamente cientes da existência do programa.
O projeto pretende investigar o impacto dessas manobras na saúde cerebral dos pilotos, com o objetivo de evitar futuras tragédias e abordar um problema que, segundo especialistas, tem sido negligenciado. Análises poderiam resultar em mudanças nos padrões de treinamento e operação para pilotos de caça, além de novas diretrizes para detecção e tratamento de lesões cerebrais.