Itália continua com o processo de privatização da ITA Airways

Divulgação – ITA

O governo italiano continua com o processo de privatização da ITA Airways, companhia aérea de bandeira estatal criada em 2021 como sucessora da Alitalia. Confirmando o calendário anunciado por Alfredo Altavilla, presidente da empresa, espera-se chegar a um acordo inicial em junho e encerrar o processo em dezembro.

Como relata o site parceiro Aviacionline, em reunião, a ITA aprovou recentemente o balanço do ano passado e congelou a injeção prevista de 400 milhões de euros de capital até junho. O objetivo do governo, dado o manifesto interesse das empresas em assumir a participação majoritária na empresa, é não ter que desembolsar esse valor.

Dois dos três interessados ​​em adquirir a empresa entraram em seu data room: o consórcio formado pela empresa de cruzeiros MSC e Lufthansa, e o fundo de investimento americano Certares, que propõe a associação da ITA Airways com a Air France-KLM e a Delta. O outro ator interessado é a Indigo Partners, uma empresa de private equity com participações na Frontier Airlines, JetSmart, Volaris e Wizz Air, entre outras companhias aéreas de baixo custo.

A injeção de capital foi aprovada pela Comissão Europeia. Em 2021, a companhia aérea recebeu 720 milhões de euros e está previsto um desembolso de 250 milhões para 2023. Tudo isso, além do montante supracitado, para 2022, que foi adiado para junho.

Do Ministério da Economia da Itália, eles acreditam que esse pagamento poderia ser dispensado. Caso o governo chegue a um acordo com o consórcio vencedor em junho, o novo gestor poderá tratar da injeção de liquidez, que poderá ser incluída em um pré-acordo, bem como ser um adiantamento para a operação final. Segundo a mídia italiana, isso já estaria planejado no projeto MSC e Lufthansa. Desta forma, o Estado evitaria desembolsar 650 milhões de euros entre este ano e o próximo.

Fontes informaram que a MSC e a Lufthansa ofereceram entre 1 bilhão e 2,4 bilhões de euros. A Certares propôs assumir a empresa com não mais de 700 milhões, embora esteja recorrendo à ajuda de emissários do fundo Elliott para reforçar sua proposta, segundo fontes do setor. A Indigo Partners ainda não assinou acordos de confidencialidade e, portanto, não acessou os dados neste momento.

Segundo o Corriere della Sera, a companhia aérea deverá receber uma primeira oferta vinculativa nos próximos dias. É provável que venha da MSC e da Lufthansa, que foram as primeiras interessadas. A empresa de cruzeiros poderia se tornar acionista, enquanto a companhia aérea alemã poderia fornecer apoio logístico, comercial e estratégico.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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