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Jatinhos executivos estão voando ‘por conta e risco’ das operadoras russas

Desde o início da invasão da Ucrânia e o advento das sanções ocidentais, a aviação executiva na Rússia vem enfrentando uma série de dificuldades que impedem seu pleno desenvolvimento. Diferente da aviação comercial de passageiros e carga, que conta (e contará) com alternativas, não há jatos executivos de última geração fabricados na Rússia.

Em particular, surgiu uma situação difícil relacionada ao pagamento de arrendamento – as empresas da aviação executiva não podem pagar pelo arrendamento de aeronaves estrangeiras. Como mostra uma matéria do AIN ONline, Alexey Butrimov, diretor geral da BJET, falou sobre por que isso aconteceu e como o mercado se desenvolverá daqui para frente.

“Esta situação cria uma série de contradições intratáveis ​​tanto para as transportadoras russas quanto para os arrendadores. As empresas ocidentais que possuem essas aeronaves não as alugam devido à impossibilidade de prestar serviço no território da Federação Russa. Assim, eles não podem aceitar dinheiro de nós para pagamentos de arrendamento. Acontece que essas aeronaves não podem ser usadas, mas de fato os operadores russos continuam fazendo isso devido à falta de outras aeronaves ”, comenta o especialista.

Além disso, o Ocidente proibiu qualquer interação no campo da aviação civil com pessoas físicas e jurídicas da Rússia, incluindo fluxos financeiros, acrescenta Butrimov. Portanto, os operadores russos que alugaram os aviões e gostariam de devolvê-los agora simplesmente não podem fazê-lo. Eles não têm escolha a não ser continuar a usá-los por sua própria conta e risco, ou de alguma forma obter permissão para devolvê-los.

“As grandes operadoras, para evitar o empobrecimento da frota, passaram a utilizar o regime de leasing reverso (sale and leaseback). Ele permite que você devolva aeronaves que agora estão no exterior de volta ao território da Rússia”, observa Butrimov.

No entanto, mesmo essa medida não ajudará a evitar a queda do mercado de aviação – a aviação executiva privada já afundou de 5 a 10 vezes. Em primeiro lugar, isso se deve ao fato de que é quase impossível comprar uma aeronave diretamente de um fabricante na Federação Russa. Como explica o especialista, resta a opção de importar aeronaves e equipamentos para eles no regime de importação paralela.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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