Jato alemão está hoje de novo captando dados sobre a Amazônia; acompanhe o voo agora

O avião alemão no aeroporto de Manaus, em cena do vídeo apresentado abaixo nessa matéria – Imagem: canal Aviação Amazônia

Como mostrado pelo AEROIN nesse final de semana, um jato executivo de matrícula alemã D-ADLR, modelo Gulfstream G550, está desde o dia 4 de dezembro fazendo seguidos voos sobre a Amazônia para captação de dados, como acontece novamente nesse domingo, 11 de dezembro, no momento em que essa matéria é publicada.

Os voos do D-ALDR podem ser acompanhados em tempo real na tela de rastreamento a seguir, do FlightRadar24 (aparecerá apenas quando estiver em voo com o sinal sendo captado). O histórico dos voos também pode ser conferido na plataforma RadarBox neste link.

Enquanto a missão no Brasil é executada, o avião da frota do Centro Aeroespacial Alemão (DLR) tem como sua base temporária o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, da capital amazonense Manaus, de onde parte e para onde retorna para cada um dos voos que já fez até este domingo, conforme mostra o vídeo a seguir:

Como visto nas cenas acima, publicadas pelo canal “Aviação Amazônia” no YouTube, o avião alemão possui diversas adaptações, com sondas (como a vista abaixo do cockpit) e antenas especiais (como as vistas na parte superior da fuselagem) instaladas em diversos pontos para a captação de dados atmosféricos em voo.

Este avião atende pelo apelido de Halo, uma abreviação de High Altitude and Long Range Research Aircraft, ou seja, aeronave de pesquisa para grande altitude e longo alcance de voo, como estampado em sua fuselagem.

Os voos sobre a floresta tropical brasileira seguem padrões estabelecidos, de acordo com o Instituto Max Planck de Química e coordenados com a Goethe University Frankfurt, a Universidade de São Paulo e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. O DLR é responsável por operar o G550 com uma equipe própria.

De acordo com o Instituto Max Planck, o objetivo geral é investigar os processos químicos na atmosfera amplamente limpa acima da floresta tropical no Brasil. Graças aos dados, pode-se entender melhor como, por exemplo, a poluição do ar afeta a atmosfera.

Como descrito previamente pelo AEROIN, a atual missão no Brasil inclui também os chamados voos helix. Com eles, o avião sobe até 15 quilômetros de altitude capturando dados de um mesmo local.

Dados de um dos voos feitos pelo avião nos últimos dias – Imagem: RadarBox

Os cerca de 70 pesquisadores participantes do projeto querem usar os dados obtidos dessa maneira para descobrir como os processos de oxidação atmosférica ocorrem na troposfera acima da floresta tropical e como eles controlam a formação e o crescimento de partículas de aerossol, que são de importância central como núcleos de condensação de nuvens.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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