Jato Embraer E175 se choca contra drone logo após a decolagem

American Eagle
Embraer ERJ 175 semelhante ao envolvido no incidente – Imagem: Venkat Mangudi, CC BY 2.0, via Wikimedia Commons

Uma aeronave de passageiros que realizava um voo regular se chocou contra um drone logo após a decolagem e precisou retornar ao aeroporto de origem no último domingo, dia 22 de agosto, conforme dados do The Aviation Herald.

Realizando um voo pela companhia aérea regional American Eagle, subsidiária da American Airlines, o Embraer ERJ-175 de pouco mais de 4,9 anos de idade e registrado sob a matrícula N242NN estava partindo para um voo entre Chicago, em Illinois, e Detroit, no Michigan.

O jato iniciou a corrida na pista 09C do Aeroporto Internacional O’Hare, o principal da cidade e um dos mais movimentados do mundo, e decolou às 22h44 UTC. No entanto, durante a subida inicial, ao realizar a primeira curva para a esquerda, a aeronave se chocou contra um drone.

Após o choque com o objeto remotamente pilotado, os pilotos nivelaram o E175 a cerca de 6.000 pés (pouco mais de 1.800 metros) e realizaram órbitas antes de retornar ao aeroporto de origem. Os dados da imagem abaixo, obtida através da plataforma FlightRadar24, mostram a trajetória da aeronave.

Imagem: FlightRadar24

Após cerca de 40 minutos de voo, a aeronave realizou um pouso sem mais intercorrências pela pista 10C do aeroporto. Depois de 12 horas em solo, o jato de fabricação brasileira retornou às operações normalmente.

A Administração Federal de Aviação (FAA), entidade governamental dos Estados Unidos que regulamenta e fiscaliza a aviação civil, classificou a ocorrência do voo ENY3961 como “O AVIÃO ESTAVA EM UMA CURVA À ESQUERDA EM SUBIDA E SE CHOCOU COM UM UAS, CHICAGO, IL”, e descreveu o dano como de natureza menor. (Nota: UAS significa “Unmanned Aircraft Systems”, ou Sistemas de Aeronaves não Tripuladas”.)

O perigo dos drones próximos aos aeroportos

Para muitos, o objeto voador pode servir como uma recreação e lazer, mas o uso de maneira errada pode se tornar um risco à segurança das operações aéreas. Colisões podem causar danos severos a aeronaves, principalmente no caso de uma ingestão pelos motores, impacto contra o pára-brisa ou danos em superfícies de controle, levando até à possibilidade de queda em uma situação mais extrema.

Além disso, voar drones nos arredores de um aeroporto pode levar ao fechamento do espaço aéreo, causando contratempos a passageiros e à operação e prejuízos.

De acordo com a ABEAR, no Brasil o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), órgão da Aeronáutica, estabelece que drones não podem levantar voo dentro de um raio de até 5,4 km de um aeroporto. A partir desse afastamento a até 9 km do aeroporto, drones só podem ser operados até uma altura máxima de 30 metros.

Se o voo acontecer a uma distância superior a 9 km do aeroporto, os drones ficam liberados para atingir até 120 metros de altura. Outras circunstâncias de operação devem ser checadas junto às autoridades.

Usuários de drones devem obedecer às regras de operação estabelecidas pelo DECEA, Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), que é a responsável pela certificação e homologação do equipamento. É necessária também uma autorização da ANAC para a operação.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Com uma paixão pelo mundo aeronáutico, especialmente pela aviação militar, atua no ramo da fotografia profissional há 8 anos. Realizou diversos trabalhos para as Forças Armadas e na cobertura de eventos aéreos, contribuindo para a documentação e promoção desse campo.

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