A mais nova operadora de jatos Embraer E195 recebeu sua segunda aeronave, mas um grande detalhe na sua pintura chamou a atenção.
O novo avião Embraer E195 da frota da Airlink, uma empresa regional sul-africana que tem se reinventado após a pandemia ao distanciar-se da imagem da ex-parceria South African Airways, começou a voar recentemente em rotas domésticas. O modelo é o maior já operado pela empresa, que antes contava com os “irmãos menores” ERJ-145, E170 e E190, todos fabricados pela brasileira.
O primeiro exemplar entrou em operação no início do mês, como o AEROIN mostrou aqui, e 5 dias depois o segundo jato começou a operar, mas com uma pintura diferente e outras cores.
Este segundo E195 era da Belavia Airlines, a empresa de bandeira e estatal da Bielorrússia (ou Belarus). Apesar de ser usado, este avião é praticamente novo e saiu da linha de produção da Embraer em São José dos Campos em 2019, tendo voado na empresa europeia até 2021.
O motivo pelo qual a empresa voou por apenas por 2 anos com um avião “0 km” está relacionado ao seu governo, liderado pelo presidente e ditador Aleksandr Lukashenko, que criou uma informação falsa de bomba num avião da Ryanair que sobrevoava o país, apenas para que fosse desviado e um de seus opositores, que estava a bordo, fosse preso.
A atitude foi vista como uma grave violação da segurança da aviação civil pela comunidade internacional, e a União Europeia começou a punir fortemente a aviação de Belarus, principalmente pelo fato do voo desviado ser da Ryanair, uma empresa da Irlanda. Dentre as medidas estava a proibição de voos da Belavia para o ocidente, assim como o retorno de jatos de empresas europeias de leasing que alugavam eles para a aérea de Belarus.
Com isso, a Belavia tirou de operação quase todos seus jatos Embraer, inclusive os novíssimos E195-E2, maior avião comercial fabricado no Hemisfério Sul.
Dentre eles estava o jato E195-E1 de número de série 19000772 pertencente à empresa dinamarquesa de leasing Nordic Aviation Capital (NAC). Sem novo operador, ele ficou estocado no Azerbaijão e depois em Portugal, aguardando um novo destino, como demonstra o site Planespotters. No entanto, isso mudou com o interesse da Airlink pelo E195.
A empresa alugou os jatos da NAC, mas este segundo ainda estava com a pintura da Belavia, conhecida pela flor “botão de solteiro” (também chamada de marianinha ou centáurea) na cauda, e o tom roxo, que foi mantido também nos dizeres Airlink, que aparecem em destaque na fuselagem.
De original da companhia sul-africana ficou apenas a adesivagem nos winglets na ponta da asa, como mostra a foto abaixo:
