JetSMART comenta sobre seus planos de abrir uma empresa aérea no Brasil

Em entrevista realizada durante a conferência IATA Wings of Change 2022, que aconteceu esta semana em Santiago do Chile e da qual o site parceiro Aviacionline participou, o CEO da JetSMART, Estuardo Ortiz atualizou sobre o projeto que a empresa tem de abrir uma operação doméstica no país. A iniciativa da empresa remonta de antes da pandemia, mas não avançou até então por conta das grandes mudanças econômicas do período.

Sobre isso, Ortiz comentou que “a operação doméstica no Brasil é um projeto que sempre levamos em conta e no qual estamos trabalhando em estreita colaboração com a ANAC”. Mas ele enfatizou que “será mais para frente, já que está muito cedo na recuperação [da pandemia] para dar esse passo”.

“Vamos ver como o mercado se comporta e decidiremos depois, mas agora estamos focados em iniciar as operações no Peru”, acrescentou, referindo-se à mais nova subsidiária da empresa de ultra baixo custo, que obteve seu certificado de operação aérea e está esperando voar a partir de julho.

Ortiz acrescentou que, por enquanto, o objetivo no Brasil é continuar atendendo a partir de mercados como Argentina e Chile, talvez com rotas que não estejam sendo operadas por nenhuma outra companhia aérea para gerar novas opções de conectividade.

“Sempre exploramos novas rotas, por exemplo no Peru voamos para Trujillo e Arequipa desde Santiago do Chile, rotas que nunca foram feitas, o mesmo em voar para Cali ou Medellín, na Colômbia. Começamos no Brasil a voar para Salvador. Definitivamente, começaremos a trabalhar com os governos locais para ver que tipo de incentivos e condições podemos obter e, assim, buscar novas cidades”, continuou Ortiz.

Questionado sobre a rota Santiago do Chile – Foz de Iguazú, cuja operação será interrompida este mês, disse que se trata de uma rota sazonal. De qualquer forma, o executivo insistiu na importância de reduzir as tarifas internacionais para voos dentro da América do Sul para favorecer o crescimento do tráfego aéreo.

“Se você tiver que pagar US$ 100 em taxas, não importa quão baixo seja o bilhete, as pessoas não vão viajar; uma família de cinco pessoas não pode pagar US$ 500. É importante mudar a mentalidade e saber que se você reduzir as tarifas atrairá mais tráfego, e isso traz o turismo que usa táxis, hotéis, restaurantes, então o impacto na economia é muito maior do que apenas o voo”, disse Ortiz.

“O Brasil é, de fato, um excelente exemplo do que toda a região deve fazer. A ANAC tem apoiado muito o crescimento, tendo conseguido, em conjunto com o Ministério da Infraestrutura, uma redução substancial das taxas aeroportuárias. Depois veio a pandemia e agora que tudo está se recuperando, espero muito mais tráfego indo para o Brasil por causa dessa decisão”, concluiu.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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