JetSMART vê como retrógrada a decisão da Câmara pela isenção da cobrança de bagagens

A JetSMART, companhia aérea sul-americana de ultrabaixo custo, fundada pelo fundo de investimentos norte-americano IndigoPartners, lamentou a aprovação pela Câmara dos Deputados, na última terça-feira (26), da Emenda à Medida Provisória 1089/21, que prevê a retomada do despacho gratuito de bagagens em voos nacionais e internacionais e inclui a cobrança como prática abusiva no código de defesa do consumidor.

Para a empresa, uma possível aprovação da MP na íntegra pelo Senado, para onde será encaminhada nos próximos dias, representará um retrocesso no crescimento do setor aéreo nacional e certamente levará à redução ou mesmo ao cancelamento dos investimentos previstos pelas companhias aéreas internacionais que têm projetos de rotas para o país.

A questão é preocupante para a JetSMART, que atualmente tem operações no Chile, Argentina, Colômbia, Uruguai e Peru, e tem planos de reativar rotas para o Brasil na segunda metade de 2022, tendo em vista que as restrições de viagens devido à pandemia melhoraram. Essa mudança regulatória limita a possibilidade de voar para o Brasil oferecendo preços ultrabaixos.

A companhia aérea entende que a retomada obrigatória do despacho gratuito de bagagem reduz a competitividade das companhias aéreas e tira dos passageiros o direito de escolha. No Chile, Argentina e Peru, além de Europa e EUA, a presença do modelo ULCC permitiu baixar os preços em mais de 35%, além de trazer uma dinâmica competitiva que beneficia o consumidor, pois garante o direito de escolher a tarifa que melhor lhe convier, sendo sempre a tarifa mais barata aquela sem bagagem.

“Na JetSMART existe uma oferta transparente e simples: o bilhete inclui apenas o transporte em assento aleatório com bagagem de mão, o que significa deslocar o passageiro do ponto A ao ponto B ao menor preço possível, com pontualidade, confiança e segurança. Desta forma, os passageiros pagam apenas pelo que usam na viagem e são os clientes que decidem se pagam ou não o despacho de bagagem, ou assento premium, entre outros serviços”, explica o CEO da empresa, Estuardo Ortiz.

Atualmente, a empresa oferece os menores custos de bagagem despachada do setor e garante que, em cada etapa do processo de emissão de passagens, os custos dos serviços opcionais sejam informados de forma clara, com total transparência para o consumidor. “Com base em nossa experiência, mais de 35% dos passageiros não carregam bagagem e, ao forçá-los a incluí-la, estaremos aumentando as tarifas para esses passageiros quando não precisam”, diz o CEO.

Informações da JetSMART

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias