Circula na mídia alemã uma história um tanto quanto curiosa envolvendo um jovem de 21 anos e o CEO Carsten Spohr, que lidera a maior empresa aérea do país, a Lufthansa. Isso porque o rapaz teria sido acusado de espionar o executivo após ele recusar tirar uma selfie.
Charles Bahr é um jovem empreendedor alemão de 21 anos, que dirige uma empresa de consultoria para ajudar as empresas a posicionar as coisas para os consumidores da Geração Z. Ele também é um geek da aviação e um grande fã da Lufthansa, além de ser membro do programa de fidelidade Miles & More com um alto status.
Em setembro de 2022, Bahr se viu em um voo com Spohr. De acordo com Bahr, ele falou educadamente sobre sua paixão pela empresa aérea e salientou que fazia cerca de 100 voos por ano com ela, mas que Spohr parecia desinteressado e apenas continuou a ler o seu jornal. Mais tarde, ele pediu uma foto de maneira amigável, mas o CEO disse que não e que geralmente não tira fotos.
À mídia alemã, Bahr se disse cético em relação a isso, porque muitos de seus amigos têm fotos com Spohr. Ele conclui que “eu me coloco na posição onde um dos meus clientes mais fiéis vem, então você deve sempre ser legal e dedicar um momento”.
Bahr aparentemente não conseguiu tirar esse incidente de sua cabeça, então criou um recorte de papelão em tamanho real de Spohr e, em seguida, o levou para o Aeroporto de Berlim, onde tirou uma foto com ele na área de check-in da Lufthansa. Em seguida, ele usou o LinkedIn para compartilhar sua experiência no voo com Spohr e também compartilhou a foto dele com o recorte.
Em dezembro de 2022, após a publicação no LinkedIN, o “chefe de proteção executiva” da Lufthansa entrou em contato com a polícia de Munique para acusar Bahr de representar uma ameaça e espionar o CEO da Lufthansa. Bahr foi acusado de invadir os sistemas da Lufthansa e descobrir os planos de viagem de Spohr.
Esta é uma acusação que Bahr nega veementemente. Bahr afirma que, há cerca de um ano, teve um encontro com a Lufthansa sobre o TikTok, durante o qual apontou uma falha de segurança. Especificamente, ele apontou como os códigos QR nos cartões de embarque da Lufthansa permitiriam que qualquer pessoa acessasse os dados pessoais dos passageiros, e isso aparentemente até impactou Spohr diretamente.
No entanto, Bahr estava chamando a atenção da empresa para isso e afirma que não estava explorando isso pessoalmente.
O chefe da proteção executiva pediu para se encontrar com Bahr, então os dois se encontraram em um apartamento particular em Frankfurt. Segundo Bahr, “a reunião foi como em um filme, meu celular foi colocado em um estojo e nenhuma gravação deveria ser feita”.
Bahr foi solicitado confirmar se ele invadiu os sistemas da Lufthansa ou espionou Spohr de alguma forma. O oficial de segurança da Lufthansa teria afirmado: “Eu coloquei seis pessoas na lista negra este ano e você seria a sétima”. Ele também afirmou que conhecia pessoas no MDAX e no TikTok, e que poderia colocar o rapaz em apuros lá, bem como na SWISS e na United.
Bahr também foi questionado sobre sua participação em um grupo de WhatsApp sobre a Lufthansa. O oficial de segurança afirmou que o grupo foi chamado de “Carsten Spohr tem que sair”.
Bahr deixou claro que não tinha feito nada de errado e conclui que “acho que incomodei o Sr. Spohr com minha postagem no LinkedIn, o alcance e o recorte de papelão e eles estão simplesmente tentando me intimidar de alguma forma”, e ele reconhece que isso “funcionou em parte porque eu apaguei minha postagem”. Bahr afirma ainda amar a marca Lufthansa.
É interessante notar como a facilidade de comunicação e compartilhamento de informações nas mídias sociais pode levar a uma escalada e consequências inesperadas. A publicação de Bahr no LinkedIn e sua subsequente remoção demonstram o impacto que as redes sociais podem ter em assuntos como esse.
No final das contas, é uma história estranha e intrigante, que suscita várias questões sobre a linha tênue entre ser um fã entusiasmado e atravessar os limites da segurança e da privacidade.
