Um juiz federal dos EUA ordenou que a Boeing enfrente um processo criminal em conexão com o incidente do 737 MAX, aumentando a probabilidade de que a empresa aeroespacial tenha que se declarar culpada ou se defender de acusações que já havia admitido anteriormente.
A decisão judicial ocorreu um dia após o The Wall Street Journal informar que a Boeing estava tentando desistir de um acordo anterior com o Departamento de Justiça, no qual se declarou culpada de enganar reguladores antes de dois acidentes fatais envolvendo aeronaves 737 MAX.
Ambas as partes planejavam apresentar emendas ao acordo até 11 de abril. Um dos pontos em discussão era a possível eliminação da exigência de nomeação de um supervisor externo para monitorar o cumprimento dos termos, de acordo com o mesmo veículo de comunicação.
O juiz distrital Reed O’Connor revogou esse prazo na terça-feira e ordenou que as partes se preparassem para um julgamento programado para começar em 23 de junho. O’Connor já havia rejeitado o acordo anteriormente devido a objeções relacionadas aos critérios de diversidade usados na seleção do monitor externo que supervisionaria a Boeing, informou o Aviacionline.
A empresa admitiu em 2021 que forneceu informações enganosas às autoridades sobre o Sistema de Características de Aumento de Manobra (MCAS), vinculado aos acidentes que deixaram 346 mortos. De acordo com Paul Cassell, advogado das famílias das vítimas, a promotoria baseará seu caso nessa admissão.
“O juiz está se perguntando por que ainda estamos debatendo questões que já foram resolvidas“, disse Cassell. “Isso parece ser um ataque direto à alta administração da Boeing.”
A empresa afirmou em comunicado que está em negociações de boa-fé com o Departamento de Justiça. A entidade governamental não comentou o caso.
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