Jumbo da National vai voar da Índia ao Brasil cheio de agrotóxicos no seu porão

Nos próximos dias, o aeroporto internacional de Viracopos, em Campinas (SP), receberá alguns voos operados pelos Boeing 747-400 da National Airlines, empresa aérea americana conhecida por suas operações para o governo dos EUA e por sua inconfundível pintura cinza reluzente (quase prateada) – embora também tenha um jato com pintura branca e outro com vermelha.

A programação das operações consta do registro de voos da ANAC e uma pesquisa do AEROIN junto a fontes próximas da operação indicam que a carga é composta por agrotóxicos comprados de empresas indianas.

O transporte desse tipo de produto químico por via aérea é seguro e existe um protocolo a ser seguido. Por outro lado, também é curioso, pois geralmente esses químicos viajam de navio e em quantidades muito maiores. O transporte por avião pode indicar urgência da empresa importadora em ter o produto (certamente, pagando muito mais caro por ele).

Os voos autorizados pelo regulador brasileiro têm a seguinte programação:

Dias 25 e 27 DE AGOSTO – Proveniente de Mumbai (Índia) e após fazer escala em Lagos (Nigéria), o voo NCR-831/833 pousa em Viracopos às 00h05. Na madrugada, às 04h40, o jato decola para o Equador.

Mais da National

Apesar de ter sido fundada em 1985, até antes da pandemia a empresa havia realizado operações muito esporádicas ao Brasil. No entanto, nos últimos meses, as operações se intensificaram, impulsionadas pela demanda resultante da falta de aeronaves de passageiros ativas em meio à pandemia, que gerou um aumento na necessidade de aeronaves de carga. 

Atualmente, a National possui seis aeronaves Boeing 747-400BCF, com capacidade para transportar até 113.489 quilos em um espaço de 579,5 m3 no deck principal e mais 127,4 m3 no deck inferior. Além deles, há ainda um Boeing 757-200 e um Airbus A330-200 de passageiros.

A empresa é mais conhecida mundo afora por conta dos seus contratos com o governo dos Estados Unidos para transporte de militares, sendo comum ver seus aviões em zonas de conflito. Um exemplo recente é a guerra na Ucrânia, onde, dias antes da invasão russa, aeronaves da National puderam ser vistas em Kiev com cargas de armamentos para os ucranianos.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias

Avião em pouso por instrumentos voa na direção da torre de...

0
Um Boeing 737 da Southwest acabou arremetendo e passando muito perto da torre de controle do Aeroporto em Nova York.