Jumbolino elétrico de 100 lugares, ideal para pontes-aéreas, pode voar em 2027

Imagem: Wright Electric

A startup americana Wright Electric planeja modernizar a aeronave regional BAe 146, substituindo seus quatro motores a jato por motores elétricos para que não emitam CO2 em suas operações, reporta o site parceiro Aviacionline.

A ideia da empresa é converter uma frota de aeronaves desse modelo para que sejam movidas por motores elétricos que, a princípio, teriam autonomia de aproximadamente uma hora ou 460 milhas. Essas aeronaves seriam fundamentais para atender mercados com alta demanda e distâncias curtas, como, por exemplo, São Paulo e Rio de Janeiro no Brasil, Nova Iorque e Boston, nos Estados Unidos, ou Londres e Paris, na Europa.

De acordo com Jeffrey Engler, CEO da Wright Electric, “os clientes estão exigindo opções mais limpas e queremos mostrar que existe uma alternativa”. Sobre a proposta da empresa de oferecer soluções para conversão de aeronaves que já estão em operação, ele comentou que uma aeronave modernizada sempre terá desvantagens, mas, ao mesmo tempo, é uma aeronave certificada e isso ampara os planos da empresa de seguir adiante.

A empresa considera o BAe 146 a aeronave ideal para o programa de conversão, principalmente por seu tamanho e por ter quatro motores. Os testes de voo começariam em 2023 usando um único motor elétrico, para ir para dois em 2024 e, finalmente, testar todos os quatro juntos um ano depois. A certificação de início das operações ocorreria por volta de 2027.

A Wright Electric tem demonstrado solidez em seus empreendimentos; em abril deste ano, foi uma das seis empresas escolhidas pelo Exército dos Estados Unidos para inovar na promoção de veículos elétricos de combate.

O projeto de conversão para oferecer soluções sustentáveis ​​ao setor já conta com o apoio da companhia aérea britânica EasyJet e de outras pares europeias, sobretudo as nórdicas.

A Wright Electric, com sede em Los Angeles, é composta por uma equipe de engenheiros aeroespaciais, especialistas em sistemas de propulsão e química de baterias. Recebeu financiamento da NASA, do Departamento de Energia, do Exército e da Força Aérea dos Estados Unidos para promover o desenvolvimento de seus motores elétricos. A fabricante sonha alto e espera apresentar seu primeiro projeto totalmente do zero em 2030. Seria uma aeronave com até 186 assentos, com autonomia de 800 milhas.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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