A justiça do sul da Itália começou a investigar a Manufacturing Process Specifications (MPS) por conta dos defeitos nas peças entregues à Boeing. A MPS é um dos fornecedores do Leonardo, integrador de algumas seções do 787, comenta nosso parceiro Aviacionline.
De acordo com o que foi relatado pela Reuters e outros veículos de mídia internacional, a medida visa verificar se os componentes defeituosos podem representar riscos à segurança operacional da aeronave, algo negado tanto pela Boeing quanto pela MPS. Esta é a segunda investigação lançada contra a MPS. A empresa encontra-se em liquidação judicial devido a possíveis irregularidades na falência de sua antecessora, Processi Speciali, que alugou seus ativos para a MPS pouco antes de encerrar suas operações em 2018.
O problema pelo qual o MPS está sendo investigado surgiu cerca de um mês atrás, quando a Boeing apontou que alguns componentes de titânio do 787 Dreamliner teriam sido fabricados incorretamente. Segundo a Boeing, o defeito poderia incluir peças feitas nos últimos três anos, embora não informasse o número total de unidades de seu modelo afetadas. De acordo com o fabricante com sede em Chicago, o problema “não afetaria a segurança de voo imediatamente”.
A MPS, localizada em Brindisi, também é fornecedora de outras empresas aeroespaciais. De acordo com uma das fontes da Reuters, “os promotores estão investigando se a cadeia de controle de qualidade funcionou corretamente com o objetivo de entender por que o problema foi descoberto (ou tornado público) recentemente.”
Francesca Conte, advogada do empresário italiano Antonio Ingrosso – proprietário do MPS – negou qualquer problema de segurança: “são peças que não afetam a segurança operacional da aeronave. Além disso, eles têm sido amplamente controlados ao serem recebidos pelos clientes”, disse a advogado. “Esta investigação vai mostrar que os componentes fornecidos pela MPS não apresentavam defeitos técnicos”, afirmou.
