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KC-390 da FAB levou sistema de combate a incêndios para ser instalado em C-130 colombiano no Galeão

Imagem ilustrativa mostra um KC-390 com sistema MAFFS sendo reabastecido – Imagem: Força Aérea Brasileira

Nos últimos meses, a Colômbia tem enfrentado uma crise ambiental sem precedentes, com uma média de 204 incêndios por mês, aproximadamente oito por dia, afetando centenas de pessoas e devastando extensas áreas florestais em todo o país.

Diante dessa situação crítica, a Força Aérea Brasileira (FAB) realizou uma missão de colaboração com a Força Aérea Colombiana (FAC) para combater os incêndios.

Logo que acionada, no último dia 31/01, a FAB, reconhecendo a magnitude do desastre, mobilizou uma aeronave KC-390 Millenium, operada pelo 1º Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) – Esquadrão Zeus, para participar dessa missão.

A aeronave multimissão decolou da Base Aérea de Anápolis (BAAN) – equipada com o Sistema Modular Aerotransportável de Combate a Incêndios (MAFFS II, sigla em inglês para Modular Airborne Fire Fighting System), essencial para realizar ações de Combate a Incêndio em Voo – com destino à Base Aérea do Galeão (BAGL).

Na capital do Rio de Janeiro, uma aeronave C-130 da FAC estava à espera da aeronave brasileira para assim ser equipada com o sistema MAFFS I da FAB e seguir de volta ao aeroporto colombiano de El Dorado (SKBO), o maior e mais importante da Colômbia, para, então, iniciar o combate aos incêndios que apresentam focos em diversas áreas do país.

A aeronave que visitou o Brasil, registrada sob a matrícula FAC1005, cruzou o país no último dia 30 de janeiro, pousando na Base Aérea do Galeão (BAGL), e realizando o retorno à Colômbia no último dia 3 de fevereiro.

A bordo, encontravam-se militares do efetivo da BAAN e da BAGL que participaram do processo de preparação e testes do Sistema MAFFS na aeronave colombiana, cuja coordenação ficou a cargo da Segunda Subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica e do Comando de Operações Aeroespaciais. O transporte do Sistema viabiliza que a Colômbia eleve suas capacidades de combate a incêndios florestais, sendo um importante aliado para a preservação das florestas, como, por exemplo, a Floresta Amazônica existente nos territórios dos países.

Aviões C-130 e equipamentos na Colômbia – Imagem: Força Aérea Brasileira

O Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT) – Esquadrão Gordo, também ficou responsável pela instalação dos equipamentos a serem enviados à Colômbia. De acordo com o Comandante do Esquadrão Gordo, Tenente-Coronel Umile Coelho Rende, o sistema pode ser rapidamente instalado ou removido do compartimento de carga da aeronave, uma vez que sua estrutura foi projetada para tornar eficiente sua instalação e a desinstalação na aeronave, o que leva em torno de 3 horas para a completa montagem ou desmontagem do vetor aéreo.

Para essa missão, o conjunto de proteção ambiental disponibilizado tem 16 metros de comprimento e capacidade para o lançamento de 12.000 litros de água e retardante de fogo.

O sistema foi instalado na aeronave C-130 da Colômbia com o suporte da Base Aérea do Galeão. As conexões elétricas e estruturais do aparelho foram adaptadas de forma a compatibilizar o equipamento brasileiro com o avião estrangeiro. Além disso, uma equipe de técnicos da FAB prestou todo o apoio às operações de solo da aeronave e do equipamento e seguiu a bordo da aeronave para prestar todo o auxílio caso fosse preciso”, explicou o Comandante do 1º/1º GT.

Já o Comandante da aeronave KC-390 empregada na missão, Major Aviador Anderson Dias, destacou que participar desta ação ratifica a vocação do 1º GTT em realizar transportes com pronta resposta, auxiliando em demandas nacionais e internacionais. “Essa missão demonstra as capacidades, por meio do KC-390, de suportar demandas de cooperação entre o Brasil e seus países vizinhos sempre que necessário, sendo motivo de grande orgulho para nós tripulantes”, explica.

Vale lembrar que o KC-390 do Esquadrão Zeus, além de levar os equipamentos até o Rio de Janeiro, também se deslocou até a Colômbia para prestar apoio, como mostrado previamente pelo AEROIN.

MAFFS II

O Sistema Modular Aerotransportável de Combate a Incêndios projeta a água pela porta lateral na fuselagem, permitindo manter o interior da aeronave pressurizada, ou seja, sem comprometer sua performance.

Entre as principais características do sistema MAFFS II estão o baixo custo de manutenção, rápida configuração e flexibilidade multimissão, podendo ser utilizado no combate a incêndios, derramamento de produtos químicos, contaminação nuclear, radiológica e biológica, entre outros.

Por possuir esse sistema, a FAB faz parte do rol das Forças Aéreas capazes de realizar grandes missões de combate a incêndios, assim como já ocorreu em 2023, quando auxiliou no combate aos incêndios florestais que atingiram a cidade de Concepción, no Chile, zona centro-sul do país. A operação contabilizou o lançamento de 636 mil litros de água e mais de 40 horas de voo.

Informações da Força Aérea Brasileira

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