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Kenya Airways conclui que não tem pilotos suficientes para voar seus aviões

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A Kenya Airways, empresa aérea nacional do Quênia, tem sido forçada a manter aeronaves no solo e a cancelar dezenas de voos devido a uma escassez no número de pilotos, conforme uma comunicação interna acessada pela Reuters na última terça-feira.

Nas duas primeiras semanas do mês de agosto, a companhia teve 91 cancelamentos de voos, dos quais 68 ou 74% foram devido a escassez de pilotos. Posicionada como a terceira maior companhia aérea da África Subsaariana, a empresa passa por uma crise desde 2014 devido e enfrenta a forte concorrência da Ethiopian Airlines. Somente no primeiro semestre desse ano a companhia aérea quase triplicou suas perdas, chegando a US$ 77,7 milhões no período.

A empresa aérea, que é 48,9% de propriedade do governo e 7,8% da Air France-KLM, tem visto seus pilotos procurar melhores condições de trabalho em outros mercados, especialmente entre as empresas aéreas do Oriente Médio. Uma análise da Bloomberg, mostrou que a Kenya Airways tem hoje 435 pilotos contra uma exigência de frota de 497 e o tema torna-se preocupante na medida em que a empresa não está encontrando profissionais dentro do seu país para assumir a função, bem como tampouco tem competitividade para atrair profissionais de fora.

“A quota de mercado que lutamos arduamente para ganhar será corroída e ganha-la de volta será uma tarefa muito mais difícil devido à diminuição da confiança do cliente”, disse um porta-voz da companhia aérea em uma carta para a sua união de pilotos, KALPA. A empresa também disse que procurará imediatamente recrutar 20 pilotos novos para seus jatos Boeing 737 em contratos de dois anos. Dez dos pilotos existentes serão promovidos à frota B787 da companhia aérea.

O alinhamento com a KALPA é importante, por que os ânimos estão acalorados. A associação de pilotos quer que a Kenya Airways aumente os salários com base na produtividade. O sindicato afirma que a última vez que seus membros receberam um aumento salarial foi há oito anos. No topo da disputa salarial, os pilotos também querem 40 dias de férias anuais.

A Kenya Airways transporta mais de quatro milhões de passageiros em todo o mundo, do seu hub no Aeroporto Internacional Jomo Kenyatta (NBO) em Nairobi para 55 destinos, dos quais 43 estão na África.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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