Companhia aérea holandesa iniciou no último dia 27 testes com um trator híbrido, semi-robótico, para o reboque de aeronaves, com maior capacidade que os veículos tradicionais em uso.
Em comunicado em seu portal, a KLM informou que desde a última quarta-feira iniciou um teste no Aeroporto de Schiphol, destinado a avaliar uma forma sustentável de taxiamento de aeronaves naquele aeroporto.
O veículo em testes é o TaxiBot. Ele é um veículo de reboque híbrido que, ao contrário dos veículos “pushback” tradicionais, está autorizado (licenciado) para rebocar as aeronaves até o início da pista, sem a necessidade de que aeronave dê partida nos seus motores.
Com o uso do novo equipamento espera-se reduzir o consumo de combustível das aeronaves durante o táxi entre 50% a 85%. O Aeroporto de Schiphol disponibilizou o TaxiBot para a KLM, Transavia e Corendon, de modo que as empresas realizem conjuntamente pesquisas sobre formas mais sustentáveis de taxiar suas aeronaves.
Durante o teste do dia 27, um Boeing 737 vazio da KLM foi rebocado para a pista pelo TaxiBot. “É importante descobrir o quanto podemos reduzir as emissões de CO2 usando o TaxiBot”, explicou o gerente de projetos da KLM, Jeroen Jaartsveld.
“Também gostaríamos de saber quanto tempo leva para taxiar uma aeronave com o TaxiBot, que efeito isso tem na manutenção dos motores das aeronaves e como podemos introduzir o uso desse equipamento em larga escala, nas operações diárias de Schiphol”, completou Jaartsveld.
O TaxiBot
De acordo com informações do fabricante do equipamento em seu portal, o TaxiBot está em desenvolvimento há vários anos pela Israel Aerospace Industries (IAI) e pelo Grupo TLD, especializado em Equipamento de Suporte em Solo, com o apoio dos principais fabricantes aeronáuticos do planeta.
O TaxiBot é um sistema de reboque semi-robótico, híbrido, projetado para taxiar aviões do portão de embarque até a pista de decolagem, sem que as aeronaves tenham de usar a potência de seus motores.
A empresa destaca que o equipamento é uma solução comprovada e certificada, pronta para trazer benefícios ecológicos e econômicos, para as operações em solo para companhias aéreas e aeroportos.
São duas versões disponíveis atualmente: para “narrow bodies”, denominada NB e para “wide bodies”, denominada WB, conforme divulga seu fabricante.
O protótipo do TaxiBot NB foi apresentado em 2011 e o modelo de produção em série foi exibido em 2013, durante a feira Inter Airport Europe, nos anos seguintes. A versão NB tem capacidade para rebocar aeronaves do porte do Airbus A318 ao A321 e Boeing B737 e B757.
A versão WB foi avaliada pela Airbus durante o primeiro trimestre de 2010, rebocando um avião de teste A340-600 em Toulouse, França. Entre dezembro de 2010 e março de 2011, um TaxiBot Demonstrator foi avaliado pela Lufthansa, em Frankfurt, rebocando um B747-400 em condições climáticas extremas de neve / gelo e temperaturas de até -17° C.
O protótipo TaxiBot WB foi apresentado na Inter Airport Europe 2015. Ele é capaz de movimentar aeronaves Airbus do porte do A330 ao A380 e Boeing do B767 ao B747.
O fabricante do equipamento informa que não há necessidade de nenhuma modificação nos sistemas da aeronave, não há acréscimo de peso, nem redução da capacidade de carga do avião, proporciona proteção contra o excesso de cargas máximas de fadiga ao trem de nariz e não altera o Limite de Vida do componente (LLP), há um treinamento mínimo necessário para o motorista antes da operação (treinamento baseado em computador), maior tração e controle em superfícies molhadas ou geladas, dentre outras vantagens.
Conforme divulgado por nós do AEROIN, a Air India, em 15 de outubro de 2019 foi a primeira companhia aérea do mundo a usar um TaxiBot para rebocar uma aeronave Airbus A320 operando um voo comercial com passageiros a bordo.
A iniciativa da KLM faz parte do programa de sustentabilidade da Empresa holandesa, Fly Responsibly (Voe com Responsabilidade, em português), lançada no ano passado, que inclui um compromisso da Empresa em reduzir as emissões de carbono causadas pelo táxi das aeronaves.
A KLM tem a intenção de reduzir em 15% as emissões totais de carbono da sua frota em comparação com 2005, e o uso do equipamento traria uma contribuição para a se chegar a esse número.
