Latam divulga prejuízo de US$ 4,6 bilhões em 2021, embora tenha melhorado as receitas

O Latam Airlines Group divulgou nesta quarta-feira (9) os números do fechamento do ano de 2021. Embora tenha apresentado uma melhora nas receitas, o resultado do exerício findo em 31 de dezembro do ano passado traz um prejuízo de US$ 4,67 bilhões. Os dados foram protocolados num documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC).

Dentre os itens de destaque, a empresa menciona a contínua melhora nos níveis de tráfego aéreo durante o quarto trimestre, como resultado da flexibilização das restrições de viagens e do processo de vacinação na região e no mundo, que se refletiu em mais uma melhora trimestral nas operações, atingindo 63,5% dos níveis de 2019 (medido em ASKs) no período de três meses.

Isso corresponde a um aumento de capacidade de 29,6% em relação ao terceiro trimestre de 2021, ainda impulsionado principalmente pelas operações domésticas, já que o segmento internacional segue muito atrás do pré-pandemia.

As receitas operacionais totais no quarto trimestre de 2021 totalizaram US$ 1,99 bilhão, 30,5% abaixo dos níveis de 2019, embora continuem mostrando uma trajetória de melhora liderada pela tendência de recuperação do tráfego de passageiros, com as receitas operacionais totais registrando um aumento de 51,9% em relação ao terceiro trimestre do ano anterior.

As receitas de passageiros estão 40,5% abaixo e as outras receitas diminuíram 50,5% em relação a 2019, enquanto as receitas de carga aumentaram em comparação com o contexto pré-pandemia, melhorando 66,0%. Para todo o ano de 2021, a receita da Companhia atingiu US$ 5,11 bilhões, uma queda de 51,0% em relação a 2019, resultado do impacto da pandemia do COVID-19.

Assim como nos trimestres anteriores de 2021, as operações das afiliadas de carga da LATAM mantiveram um sólido desempenho, com receita aumentando 66,0% em relação ao mesmo período de 2019 e totalizando US$ 464,8 milhões. A lenta recuperação das operações internacionais ainda está restringindo a capacidade de carga (medida em ATKs) abaixo dos níveis pré-pandemia, com queda de 15,0% em relação ao mesmo período de 2019. Apesar disso, a forte tendência de crescimento dos yields (rentabilidade), que aumentou 12,1% no trimestre trimestre e atingiu um aumento de 84,4% em relação a 2019.

As despesas operacionais totais foram de US$ 1.92 bilhão no quarto trimestre de 2021, representando uma redução de 23,7% em relação ao mesmo período de 2019, após os esforços de reestruturação de custos do grupo.

Durante o trimestre, o grupo apresentou reduções significativas em linhas de despesas como Outras Despesas Operacionais (-29,9% vs. 2019) e Salários e Benefícios (-26,5% vs. 2019).

Notavelmente, pela primeira vez desde o início da pandemia, o grupo registrou um resultado operacional trimestral positivo, que totalizou US$ 73,4 milhões durante o trimestre. O prejuízo líquido atribuível aos acionistas atingiu US$ 2,7 bilhões no mesmo período, fortemente impactado por uma provisão para avaliação de ativos fiscais diferidos, relacionados a prejuízos fiscais acumulados que a companhia não espera utilizar em um futuro previsível e despesas de reorganização (Chapter 11). Esse resultado se compara a um lucro líquido de US$ 227,1 milhões no mesmo período de 2019.

O prejuízo total no ano de 2021 foi de US$ 4,67 bilhões.

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Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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