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Latam explica quando faz sentido atrasar um voo para que mais passageiros embarquem

A aviação é composta por uma série de padrões, que garantem a segurança dos voos e colocam os aviões no topo da lista entre os meios de transporte mais seguros do mundo. No entanto, há também outras decisões que demandam flexibilidade.

Uma dessas decisões refere-se ao atraso deliberado de um voo. Sobre isso, Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil, comentou brevemente em uma publicação na rede social profissional LinkedIN. No post, o executivo explica que “cada caso é um caso” e que as decisões por trás de um atraso de voo dependem das circunstâncias e dos impactos.

“Um dos grandes dilemas que temos às vezes na aviação é quando temos um atraso de um voo nosso que transporta vários passageiros que conectam com outro voo. Um exemplo prático é um voo Cuiabá-Guarulhos, em que muitos passageiros conectam com um voo Guarulhos-Frankfurt no mesmo dia. Se o primeiro voo atrasa, corremos o risco de que os passageiros percam sua conexão no voo seguinte para Frankfurt, muitas vezes fazendo com que tenham que esperar em SP pelo próximo voo, que é 24 horas depois (com todo o incômodo que isto representa)”, diz o executivo.

“O dilema é: fazemos o voo Guarulhos-Frankfurt esperar um pouco ou não? Quanto tempo? Por quantos passageiros “vale a pena” fazer isto?
Um widebody (as aeronaves com três fileiras de assentos) que faz Guarulhos-Frankfurt pode ter 400 passageiros. Por um só passageiro desconectado é obvio que não vale esperar. E por 50 passageiros que estão juntos indo para um congresso? Vale? Se forem mesmo 50, talvez nem no dia seguinte consigamos transportá-los, e eles talvez tenham que esperar 48 horas para chegar ao seu destino. Este é um dos dilemas frequentes e não tem resposta óbvia nem simples”
, continua.

“Temos que considerar que muitos que viajam para Frankfurt talvez tenham eles mesmos suas conexões partindo de Frankfurt para outros destinos. E se atrasamos o voo, eles podem perder suas conexões e compromissos.
Por isto, as decisões são caso a caso e temos uma equipe que analisa em detalhe o impacto de cada alternativa. Ou seja, depende. Mas o fato é que os casos onde atrasamos intencionalmente voos são raras exceções (muito raras)
“, finaliza.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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