Em e-mail interno, LATAM Brasil anuncia demissão em massa de pilotos e comissários

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LATAM comissários

A LATAM Brasil enviou comunicado para seus tripulantes falando da falta de diálogo com o sindicato, que resultará em demissões de pilotos e comissários.

Segundo o e-mail, ao qual o AEROIN teve acesso (e você poderá ler abaixo), a empresa afirma que, após o resultado da votação do SNA – Sindicato Nacional dos Aeronautas, “o grupo de voo não aceitou negociar a proposta futura de alteração do modelo de remuneração”, de forma que “infelizmente, daremos início ao processo de redução do nosso quadro de tripulantes”.

A empresa afirma que fez 51 encontros com 1.296 tripulantes, mas que foram infrutíferos. A companhia teria apresentado uma proposta de remuneração “que permitiria um alinhamento de práticas salariais comparado aos competidores locais”, citando indiretamente a Azul e GOL, que pagam menos aos seus tripulantes.

Sobre a reunião com o SNA, a empresa afirma que apesar de informar sobre os efeitos operacionais, comerciais e financeiros causados pela pandemia do coronavírus, não foi sequer aberto um diálogo para discussão da proposta de um novo modelo de remuneração.

A LATAM ainda cita que em 2013 e 2016 houve demissões massivas devido ao modelo de remuneração atual da empresa, que tem menos flexibilidade e competitividade, o que não teria ocorrido com os concorrentes.

Outro ponto citado pela companhia aérea é que em 2014, 2017 e 2019 houve a tentativa de negociar com o SNA a troca do modelo de remuneração de quilômetros para horas, e/ou diminuir o custo de folha “com modelos de reposição de poder de compra por verbas que refletissem menor custo à empresa e baixo ou nenhum impacto financeiro ao nosso tripulante”.

Na época, a troca, segundo funcionários, resultaria numa remuneração menor no final do mês e mais variável, já que a quilometragem é fixa por rota. Por fim, a empresa se dirige aos tripulantes que irão sair, desejando que possam retomar suas carreiras o mais breve possível, sem citar a palavra recontratação.

E-mail da LATAM aos tripulantes

Segundo o Acordo de Convenção Coletiva proposto pela LATAM, e ao qual tivemos acesso, a empresa propunha excluir de maneira permanente o pagamento das diárias, que refere-se a cerca de 40% da remuneração mensal dos tripulantes no período pré-pandemia, já que está vinculado diretamente ao número de voos.

Por este principal motivo o Acordo foi rejeitado por quase 90% da categoria, como mostramos aqui. A empresa não informou quantos funcionários serão desligados no total, mas dados preliminares apontavam para cerca de 34% a 40% de redundâncias.

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Programa de Demissão Voluntária

Logo após este e-mail sobre as demissões, um outro foi enviado para todos os funcionários da companhia, mas sobre o Programa de Demissão Voluntária, o PDV.

A data máxima para adesão é 4 de agosto, sendo que a resposta sai até o dia 6. Todas as verbas rescisórias como multa, FGTS e Seguro Desemprego estão garantidos, assim como possibilidade de manter plano de saúde. A empresa não comunicou se haverá outros planos como aposentadoria incentivada ou licença não-remunerada.

Diversos tripulantes da companhia nos relataram que a previsão é que, depois do dia 6 comece uma onda de demissões já anunciada pela empresa. Segundo a Centra Única dos Trabalhadores, este número pode chegar a 2.700, o que seria 38% dos pilotos e comissários da empresa:

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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