Na última quinta-feira (22), um grupo de manifestantes moradores de Rapa Nui (Ilha de Páscoa) invadiu as instalações do terminal internacional para protestar contra a chegada de voos do continente. A população local teme que o vírus chegue à ilha, que está fechada ao turismo há mais de um ano.
Reportou o Aviacionline que cerca de 30 pessoas invadiram o pátio do aeroporto com a chegada de um voo da LATAM, a fim de impedir o desembarque de não residentes vindos de Santiago. A bordo, chegavam funcionários da construção civil que viajaram para trabalhar em uma obra privada.
Como resultado da pandemia, e para proteger o local e os moradores, a ilha assinou um acordo denominado “retorno seguro”, que só permite a chegada de aviões com passageiros residentes na ilha.
Uma organização de mulheres denunciou reiteradamente que o acordo não estava sendo cumprido pela Latam. Em fevereiro, elas denunciaram que um dos voos transportava pessoas que iam trabalhar em um dos hotéis do local, ocupando lugares de indígenas que não o fizeram devido ao isolamento social. Ao detectar novamente supostas irregularidades, elas decidiram entrar no aeroporto em meio a confrontos com os Carabineros (polícia chilena).
Pedro Edmunds Paoa, prefeito da Ilha de Páscoa, disse que o avião chegou com 10 passageiros e voltou ao continente com 7. Ele garantiu que as 3 pessoas que desembarcaram eram residentes: um bombeiro, um funcionário do Ministério do Interior e um trabalhador do Banco Estado.
O protesto também foi dirigido ao governo chileno devido aos altos preços que os habitantes devem pagar para se abastecerem com os bens trazidos do continente, o que acarreta um aumento no custo de vida, bem como um pedido de ajuda econômica onde a principal fonte de renda, o turismo, está paralisada desde março de 2020 devido à pandemia.
Em 20 de abril, o governo da Ilha de Páscoa divulgou nota informando que estão trabalhando, em coordenação com a LATAM, para garantir que os voos regulares de carga programados para as quintas-feiras possam transportar passageiros de e para o continente a cada 15 dias, permitindo um máximo de 15 pessoas para entrar na ilha e 30 voltando para o continente.
Em função dos eventos ocorridos, a LATAM decidiu suspender temporariamente os voos para a Ilha de Páscoa até que as condições de segurança para a operação sejam estabelecidas. Consequentemente, as pessoas começaram a estocar mercadorias e diversos itens com medo de escassez.
Da LATAM expressaram em comunicado que “mantém o seu firme compromisso com a comunidade Rapa Nui e o seu papel na conectividade da ilha” e que “espera retomar as operações assim que existam as condições adequadas”.
