A LATAM comentou oficialmente os rumores de estar negociando jatos regionais da Embraer para complementar sua frota.
Durante a divulgação de resultados do segundo trimestre de 2024 da companhia, onde registrou um lucro líquido de US$ 146 milhões de dólares, o CEO da LATAM Brasil, Jerome Cadier, foi questionado pelo AEROIN e outros repórteres sobre os rumores em torno da compra de jatos da Embraer.
As conversas para a compra dos jatos regionais poderiam até incluir um pedido pessoal do Presidente Lula, que colocou o BNDES à disposição para um eventual financiamento, de maneira similar que está fazendo com a concorrente Azul.
“A gente vem enfrentando uma situação de restrição na disponibilidade de aeronaves, tanto widebody mas também narrowbody, e isso fez a gente desde o ano passado constantemente buscar alternativas para continuar crescendo. A LATAM tem capacidade, está gerando caixa, está tendo resultados muito bons, quer continuar crescendo. Para isso precisa de aeronave” afirma o CEO. “Quando a gente olha tanto o Airbus quanto a Boeing tem tido dificuldade em manter (entregas) e a gente tem enfrentado temas relacionados a motores globalmente com uma disponibilidade mais baixa, o que faz com que alguns aviões estejam parados de função de espera para a manutenção desses motores. Então a gente está avaliando e vai continuar avaliando absolutamente todas as opções que existem para a gente continuar colocando capacidade”.
Na última divulgação de resultados financeiros a LATAM já havia falado sobre isso, inclusive quando foi ventilado a possibilidade de obter Boeings 737 da GOL, o que foi tentado com os lessores da concorrente que estava no início do seu processo de Recuperação Judicial (Chapter 11), mas não avançou.
“Ainda existe a opção para crescer com a frota que a gente tem hoje, e a gente também tem mapeado o que poderia ser um crescimento com uma frota menor, e isto pode vir da Embraer, pode vir da Airbus, estamos constantemente buscando alternativas para manter esse crescimento e manter esse bom momento que a LATAM está vivendo. Nenhuma confirmação de nenhum número de aeronaves, o que existe sim é uma companhia que busca constantemente alternativas para manter um crescimento dado a saúde e a capacidade de investimento que a gente tem gerado nos últimos anos” diz Cadier, sem querer dar detalhes de quantos jatos regionais a LATAM pensa ter em sua frota.
Apesar de usarem os motores Pratt & Whitney PW1000G, tanto o A220 da Airbus como o E195-E2 da Embraer, são menos afetados por estes problemas por serem aeronaves que começaram a voar comercialmente após o A320neo, o primeiro jato a ser equipado com o motor em voos comerciais.
Por outro lado, a Embraer tem menos encomendas e está com uma capacidade ociosa maior que a Airbus no Canadá e EUA, onde é montado o A220. Em menos de um ano a fabricante brasileira poderia começar a entregar jatos, como tem feito nos últimos contratos com a LOT Polish Airlines.
“Esta seria uma nova frota ainda menor do que a atual, com aviões imediatamente abaixo, com a capacidade entre 100 a 140 assentos. Outra pergunta que eu acho que teve, pelo que eu entendi, é se os US$ 2 bilhões de dólares incluem ou não incluem qualquer decisão de frota se ela existir. Dentro desses $2 bilhões, a gente tem flexibilidade para alocar de forma diferente tanto o destino desse valor quanto eventualmente utilizar a nossa capacidade global, ou seja, os $2 bilhões são parte do investimento que a LATAM vai fazer como um todo e eventualmente a gente pode realocar isso, sem necessariamente aumentar o total de investimentos, mas realocar isso de acordo com as necessidades ou as oportunidades que surgem de uma frota adicional ou não”, conclui Jerome.