Legisladores dos EUA negam extensão fundamental para a certificação do 737 MAX 7 e MAX 10

Boeing 737 MAX 7 – Imagem: Anna Zvereva, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia

Os legisladores norte-americanos rejeitaram, na noite da última terça-feira (6), a prorrogação do prazo que permitiria à Boeing avançar no processo de homologação das variantes 737 MAX 7 e MAX 10 após 1 de janeiro de 2023, sem realizar ajustes nos alertas de cabine dos modelos. 

A partir do primeiro dia do próximo ano, entrará em vigor a Lei de Certificação, Segurança e Responsabilidade de Aeronaves (ACSAA), que endurecerá as condições necessárias para a obtenção do certificado de tipo para uma nova aeronave. O novo regulamento, aprovado em 2020, surgiu em resposta à polêmica gerada em torno da natureza do processo que anteriormente permitia a homologação dos 737 MAX 8 e MAX 9, os únicos que atualmente operam comercialmente.

Por isso, nos últimos meses a fabricante tem tentado convencer os parlamentares a conceder uma prorrogação desse prazo. Caso contrário, a Boeing terá que redesenhar as cabines de ambas as variantes para atender aos novos requisitos.

Na semana passada, a senadora Maria Elaine Cantwell apresentou um projeto de lei que abriria caminho para que ambas as aeronaves entrassem em serviço sem as mudanças que a Administração Federal de Aviação (FAA) atualmente exige, embora com condições. No entanto, ainda não é certo que a proposta vá adiante. A prorrogação desperta vozes a favor e contra, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado. Até agora, os legisladores não se manifestaram a favor da posição da Boeing.

A não concessão da isenção significaria novos problemas para o programa do 737 MAX, podendo inclusive levar ao seu cancelamento, como já ameaçou a Boeing. De acordo com o Aviacionline, no entanto, ainda há “uma pequena chance” de que o projeto possa ser modificado antes de sua aprovação final.

O que acontecerá com as variantes

No contexto atual, uma emenda do Congresso seria a única alternativa que permitiria à Boeing certificar as variantes MAX 7 e MAX 10 com os atuais sistemas de alerta de tripulação. De uma forma ou de outra, o que está em jogo nessa decisão é fundamental para o fabricante. 

Se obtiver uma prorrogação do prazo, poderá finalmente obter a certificação dos 737 MAX restantes. Caso contrário, o fabricante teria que redesenhá-los para atender aos novos requisitos ou até mesmo cancelar ambas as variantes. Apesar das vicissitudes do processo, e apesar do futuro ainda incerto de duas das suas variantes, a Boeing continua a encontrar clientes interessados ​​no 737 MAX.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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