LOT afirma que o cheiro de queimado no Boeing 787 não foi da janela derretida

Boeing 787-8 da LOT – Imagem: BriYYZ / CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons – Edição AEROIN

Após repercutir em diversos meios de comunicação ao longo desta semana, o caso da janela derretida em um Boeing 787 foi comentado neste sábado, 8 de janeiro, pela companhia aérea operadora do jato, a polonesa LOT Polish Airlines.

Rapidamente recapitulando, conforme vimos no meio da semana aqui no AEROIN, o The Aviation Herald indicava que o Boeing 787-8 de matrícula SP-LRA, com 180 pessoas a bordo, apresentou cheiro de queimado pouco antes de pousar em Varsóvia, na Polônia, na terça-feira, 4 de janeiro.

Após o pouso prioritário por conta do cheiro, que poderia indicar um princípio de incêndio em voo, uma foto do interior da aeronave mostrava uma das camadas de uma janela do avião danificada em função de problema com o sistema de dimerização da mesma (caso não tenha visto a matéria anterior, na qual explicamos este sistema, pode acessá-la clicando aqui).

Agora, após as informações de que o odor a bordo seria da janela em questão, a LOT se pronunciou afirmando que os eventos – o cheiro e o problema da janela – são distintos e não relacionados.

Novamente segundo informa o portal The Aviation Herald, a companhia aérea fez quatro observações sobre o caso:

– Durante a descida, a tripulação da cabine sentiu um odor. O comandante realizou uma inspeção e a tripulação decidiu realizar um pouso padrão solicitando prioridade de pouso e assistência. O avião pousou em segurança e os passageiros foram desembarcados usando as escadas;

– Não houve fogo;

– A janela estava INOP (inoperante) e desconectada desde Budapeste (o avião estava realizando a rotação Varsóvia-Seul-Budapeste-Seul-Varsóvia) e estava programada para ser substituída após o pouso em Varsóvia, então de nenhuma forma poderia ser a fonte de cheiro;

– A origem mais provável foi um dos ventiladores de baixa tensão no gabinete do IFE (central do sistema de entretenimento a bordo).

Como se nota, a empresa não passou informações que permitam concluir se, desde Budapeste, a camada da janela já estava com o aspecto escuro visto na foto. Até o momento, não há nenhum anúncio oficial de abertura de investigação sobre a ocorrência.

Conforme já citado na matéria anterior, a aeronave voltou ao serviço cerca de 22 horas após o pouso.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

Veja outras histórias