LOT prevê manter os jatos Embraer até 2028; um novo acordo pode estender esse prazo

Foto: tjdarmstadt, CC BY 2.0, via Wikimedia

A empresa polonesa LOT está prestes a selecionar os próximos modelos de aeronaves regionais que vão assegurar seu futuro e que substituirão os atuais jatos Embraer e turboélices Dash 8-400, totalizando cerca de 50 aviões. Na disputa estão a fabricante brasileira, com seus E-Jets E2 e a Airbus, com a série A220.

Em uma entrevista a um site polonês, Maciej Wilk, membro do Conselho de Administração da empresa falou sobre esses planos.

Hoje

“Temos uma frota de 40 Embraers nas versões 170, 175, 190 e 195. Nove dessas aeronaves são de nossa propriedade, as outras estão em arrendamentos operacionais”, enumerou o conselheiro. O conjunto fecha com 10 Bombardiers Dash Q400, que serão retirados da rede LOT até o final de 2022. As primeiras aeronaves deste tipo já foram devolvidas ao locador.

Os Embraers, no entanto, permanecerão na frota da LOT por muito mais tempo. “A última das máquinas que temos hoje estará conosco até o início de 2028. Cada cópia tem um período de saída diferente. Vamos reduzir gradualmente essa frota”, declara Wilk.

A transportadora não quer se retirar da operação de rotas domésticas com aeronaves com a menor capacidade, mas quer unificar o parque de máquinas. Para tanto, vê a atual composição, com jatos Embraer de vários tamanhos como ideal.

“Como uma linha que opera cerca de 80 aeronaves, não devemos ter quatro frotas separadas. Isso resulta no inverso das economias de escala – custos adicionais de complexidade do sistema. Cada tipo de frota é um grupo separado de pilotos, engenheiros, peças ordenadas separadamente, motores de substituição ou simuladores”, explica Wilk.

“Em nossa opinião, a unificação da frota vai superar as diferenças fundamentalmente marginais quando se trata de queima de combustível. Embora o Dash consuma menos combustível do que o menor Embraer, para um voo de 35 minutos de Cracóvia a Varsóvia, isso significa uma diferença de apenas algumas dezenas de quilos”, calcula.

Ele acrescenta que a menor aeronave da frota LOT em número de assentos não é o Dash, que leva até 78 passageiros, mas o Embraer 170 com 76 assentos. Logo depois estão os Embraer 175 de 82 lugares. “Então, ainda teremos uma frota para atender os menores mercados”, diz.

Embraer x Airbus

Antes da pandemia, a empresa queria desenvolver sua frota nos próximos anos com base no Embraer 195 na versão E1, a versão anterior. Mas isso talvez não seja possível. “Agora, diante dos fatores ambientais, podemos ver que não há como voltar atrás. A escolha é pequena: ou os Embraer de geração E2 ou o Airbus A220”, diz Wilk.

Para fechar, o executivo não indica qual aeronave seria melhor do ponto de vista de toda a rede. “Coletamos não apenas ofertas, mas também dados operacionais muito detalhados. Parâmetros como consumo de combustível ou capacidade de elevação são comparáveis. O A220 é maior, tem cerca de 150 lugares, e o Embraer 130. Por outro lado, mais capacidade significa um pouco mais de peso e combustão. Custos mais altos andam lado a lado com maior potencial de receita. Você tem que equilibrar isso”, explica.

Qualquer prognóstico sobre a frota futura da LOT será mero chute, já que atualmente a companhia se baseia em jatos da Boeing para suas operações de média e longa distâncias. Logo, não é uma companhia baseada em jatos Airbus, que poderia pender para o A220 na escolha. Dentro de poucas semanas, essa decisão será conhecida.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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