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A transportadora de bandeira alemã Lufthansa acidentalmente desencadeou uma tempestade diplomática sobre a soberania das Ilhas Falkland – um arquipélago e Território Britânico Ultramarino localizado a cerca de 450 quilômetros a leste da costa da América do Sul.
Os britânicos reivindicam o controle das Ilhas Falkland desde 1833, mas a Argentina afirma que o território, localmente conhecido por Islas Malvinas, é argentino e que a presença do Reino Unido nas ilhas é ilegal.
Gasolina no fogo
Dessa vez, segundo uma matéria do DailyMail, a Lufthansa renovou essa disputa quando anunciou que operaria dois voos fretados especiais saindo de Hamburgo para Mount Pleasant, nas Ilhas Falkland, para uma expedição de pesquisa sobre o efeito das mudanças climáticas polares na Antártica.
Os cientistas que partem em missões à Antártica normalmente voam para as Malvinas via África do Sul, mas com o agravamento da situação da COVID-19, a Lufthansa concordou em operar o voo mais longo de sua história para levar a equipe às Malvinas em um voo direto de 13.700 km, com 15 horas de duração.
Pedido à Argentina
A confusão da semana começou quando a Lufthansa submeteu à Administração Nacional de Aviação Civil da Argentina (ANAC) um pedido de sobrevoo e pouso em Mount Pleasant. A solicitação faz sentido, pois uma parte da rota, sobre o mar, pertence à Argentina. No entanto, o pedido não passou despercebido pelo ministro das Relações Exteriores da Argentina, que afirmou que era uma indicação clara de que a Alemanha reconhecia a soberania argentina do arquipélago.
A reclamação recebeu uma réplica rápida do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, com um porta-voz dizendo que o país não teve participação no pedido de sobrevoo, mas que foi uma requisição da Lufthansa.
“As atividades das empresas privadas não podem ser atribuídas à República Federal da Alemanha e não têm consequências internacionais”, explica um comunicado do ministério alemão.
Enquanto isso, 92 se preparam
Ao mesmo tempo, os 92 passageiros, que não têm nada a ver com essa disputa, junto com os pilotos e comissários de bordo, estão atualmente no meio de uma quarentena de duas semanas antes da partida do voo fretado para 1º de fevereiro. O segundo partirá em 30 de março.
A Lufthansa disse que o planejamento da viagem foi meticuloso, mas os organizadores provavelmente não levaram em consideração as sensibilidades diplomáticas ao fazer seus planos de voo.