Lufthansa proíbe passageiro de colocar na mala rastreador da Apple

O uso de Airtags em viagens tem se popularizado na pandemia, evitando um estresse no extravio de bagagens, mas a Lufthansa não gostou nada disso.

O pequeno dispositivo da Apple (também oferecido pela concorrente Samsung) utiliza-se de conexões Bluetooth para determinar e enviar sua localização, sendo uma ótima maneira de rastrear seu carro, criança ou mesmo a mala. Mesmo utilizando-se de uma bateria simples de relógio, que dura um ano e é bem barata, a Lufthansa entende que este dispositivo está dentro da definição de Artigos Perigosos da IATA e ICAO.

O interessante é que os próprios órgãos citados não incluam o dispositivo em sua lista de artigos perigosos, já que não usa baterias de íon-lítio ou outro tipo fornecedor de energia que tem restrições para os voos.

Segundo o portal alemão AeroDe, a Lufthansa entende que o objeto é um “eletrônico portátil, um Artigo Perigoso e sua função de transmissão de localização deve ser desativada durante o voo”.

No entanto, a AirTag só transmite a posição se estiver perto de outros aparelhos com Bluetooth, como celulares ou relógios inteligentes por perto, não tendo como “desativar a transmissão” em si, apenas o aparelho. Quando em voo, sem sinal de celular e distante de celulares no porão da aeronave, não é transmitida a posição.

Experiência Pessoal

Chama a atenção a atitude da Lufthansa, que numa experiência própria e desagradável, extraviou a mala da nossa equipe durante a ida para a feira de Farnborough, a mais importante da aviação, por 4 dias. O caso aconteceu durante uma conexão curta em Zurique com uma de suas subsidiárias, a Edelweiss.

Extravios podem acontecer e são parte da rotina, mas ao abrir o processo de extravio, já era sabido pelo AirTag que a bagagem ficou na Suíça e não foi para Londres.

Mesmo diante desta valiosa informação, que facilitaria o processo e o adiantaria, a Swiss demorou 4 dias para enviar a bagagem para Londres. E quando ela chegou no Reino Unido, apenas a AirTag avisou, sendo necessário ir até o aeroporto e confrontar um funcionário da empresa que afirmou que “a bagagem não chegou, não tem aviso dela”, mesmo mostrando a localização em tempo real no mapa.

Após muito trabalho e no dia seguinte, por insistência da nossa equipe, foi possível recuperar a mala. Sem a AirTag ela teria ficado mais tempo ainda extraviada, causando maior prejuízo, que até agora não foi reembolsado.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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