Macarrão servido muito quente em avião deixa mulher com queimaduras de segundo grau

Divulgação – Ryanair

Uma passageira processou a empresa aérea low-cost Ryanair, e pode ser indenizada, após ter queimaduras de segundo grau com o macarrão do serviço de bordo derramado em seu colo. No incidente, que ocorreu em 26 de outubro, uma comissária de voo acidentalmente derrubou um prato de massa escaldante na perna de Brie Ortiz, uma ex-piloto da Força Aérea dos Estados Unidos de 37 anos, que voava de Marselha para Londres.

Segundo relato no processo judicial, a comissária estava passando a massa para um colega do lado oposto do carrinho quando perdeu o controle do prato, e derramou sobre Brie e alguns de seus pertences. A jovem solicitou assistência médica, enquanto sofria com a dor.

Ela, no entanto, alega que os comissários não agiram para socorrê-la imediatamente após o incidente.

“Depois que fui queimada, os comissários de bordo simplesmente não agiram com empatia ou preocupação”disse Brie ao jornal britânico Mirror“Um cliente no assento ao meu lado realmente interveio e me ajudou. Eu disse aos comissários de bordo várias vezes que estava gravemente queimada e precisava de ajuda”, continuou ela.

“Infelizmente, parecia que eles estavam mais preocupados em terminar o serviço de refeições e depois oferecer o duty free, antes de se incomodar comigo. Eu estava com tanta dor que não pensei em obter os nomes de ninguém que estivesse envolvido”, prosseguiu ela.

Brie afirma que a tripulação lhe disse que não havia nada a bordo da aeronave para tratar uma queimadura, mas depois de 45 minutos um dos membros da tripulação abriu um kit de primeiros socorros e encontrou um pouco de gel para queimaduras. Quando o voo pousou, Brie diz que estava com tanta dor que teve que tirar as calças para evitar que o material esfregasse contra a queimadura

“Eu estava com tanta dor que mal conseguia andar”, explicou ela. “Recebi mais cuidados de dois funcionários do aeroporto na alfândega do que durante todo o voo. Fui até eles porque estava chorando e tremendo quando cheguei à alfândega. No final, acabei humilhada e andando pelo aeroporto sem minhas calças porque não podia tolerar que elas esfregassem a queimadura e tive que aplicar o gel de queimadura que as senhoras da alfândega me davam a cada poucos minutos”, relatou ela.

De acordo com as disposições da Convenção de Montreal, lei internacional que concede certos direitos aos passageiros de companhias aéreas, Brie pode estar na fila para um grande pagamento de compensação. Isso porque as companhias aéreas geralmente são responsabilizadas por todos os acidentes que acontecem a bordo de suas aeronaves, a menos que possam provar que o acidente foi causado por um dos passageiros. 

O processo correrá num tribunal britânico.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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