A fabricante de aeronaves europeia Airbus acaba de sentir na pele mais uma consequência da forte crise que está instalada no setor aéreo mundial. A empresa Indiana IndiGo, sua maior compradora das aeronaves modelo A320Neo, anunciou que reduzirá sua frota nos próximos dois anos.
A notícia para a Airbus vem pouco após sua maior concorrente, a americana Boeing, anunciar uma redução de 50% na previsão de entregas do seu modelo B737 MAX. O modelo MAX da Boeing e o modelo Neo da Airbus são concorrentes no mercado de aeronaves narrowbody mais econômicas e com uma autonomia maior que seus modelos anteriores.
A notícia da redução da frota do maior comprador da família A320 veio através de uma videoconferência de resultados da empresa indiana, onde seu CEO, Ronojoy Dutta, disse que até 2022 a empresa estará diminuindo sua frota para se adequar à demanda, porém em 2023 a previsão é da volta do crescimento da empresa.
Em maio de 2020, A IndiGo chegou voar apenas 25% da sua capacidade total. Com a volta gradual e paulatina da demanda de passageiros, ela está voando, atualmente, 58% da sua capacidade total e Ronojoy Dutta espera chegar nos 80% rapidamente, ainda assim, aquém do esperado.
A IndiGo, controlada pela InterGlobe Aviation Ltd, é considerada a maior companhia aérea de baixo custo da Ásia em valor de mercado e também é a líder de mercado na Índia. Segundo informações, a companhia aérea tinha 282 aviões, incluindo 117 de um modelo A320 mais antigo no final de setembro e pretende retornar aos lessores até 40 desses aviões por ano, nos próximos dois anos. A companhia havia informado, antes mesmo da chegada da pandemia, que pretende devolver toda sua frota do modelo antigo dos A320-200 em 2 anos, começando em 2021.
Apesar da péssima notícia e o já devastado mercado aéreo mundial, a IndiGo não abriu nenhuma grande renegociação das aeronaves previamente encomendadas. A CAPA – Centre for Aviation, empresa que analisa os dados do mercado, informou que as aéreas indianas perderão 4,5 bilhões de dólares nesse ano que se encerra e que terão uma frota excedente de 250 aeronaves.
As fabricantes vem sofrendo muito com a crise imposta pelo novo coronavírus, com várias companhias aéreas pelo mundo fechando, reduzindo frotas ou adiando planos de expansão, fazendo com que as fabricantes de aviões tenham que reduzir drasticamente sua produção e cortarem milhares de empregos.