Maior operadora de Boeing 737 do mundo ainda não conseguiu voltar a lucrar

Boeing 737-700 da Southwest – Imagem: Kentaro Iemoto / CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

Enquanto temos visto as grandes empresas aéreas de operações globais dos Estados Unidos começando a reverter os prejuízos da crise da Covid-19, registrando seu primeiro período de lucro no 2º trimestre de 2021 após cinco trimestres seguidos de enormes perdas, a situação da maior operadora de Boeing 737 do mundo ainda não chegou a tal mudança.

A também americana Southwest, que opera exclusivamente aviões da família 737, dos modelos -700, -800 e MAX-8, publicou ontem seu balanço financeiro do trimestre de abril a junho de 2021, revelando mais um trimestre ainda “no vermelho”.

Curiosamente, o resultado ainda negativo vem mesmo com esta frota composta apenas de aviões de médio alcance, com a qual a companhia de baixo custo concentra a maior parte de suas operações no mercado doméstico, sendo, dessa forma, menos afetada pelas restrições internacionais de fronteiras impostas pelos países para contenção da pandemia.

Boeing Delivery Center 737 MAX Southwest
Imagem: Boeing

Com seus mais de 700 aviões, que já estão quase todos de volta às operações, a Southwest anotou um lucro líquido de US$ 348 milhões no 2º trimestre de 2021, porém, o valor é impulsionado por uma compensação de US$ 724 milhões em salários, vencimentos e despesas com benefícios relacionados ao recebimento de receitas do Programa de Apoio à Folha de Pagamento (PSP) da Lei do Plano de Resgate Americano de 2021.

Sem os itens especiais e a grande ajuda do governo americano, o resultado é um prejuízo líquido no 2º trimestre de US$ 206 milhões. Apesar do valor ainda negativo, trata-se de uma melhora muito relevante frente ao US$ 1 bilhão de prejuízo do 1º trimestre de 2021.

Em relação ao período anterior à Covid-19, ainda há um bom caminho a percorrer até a recuperação. No 2º trimestre de 2019, o resultado havia sido um lucro de US$ 741 milhões.

Gary C. Kelly, Presidente do Conselho e CEO da Southwest, declarou:

“O segundo trimestre de 2021 foi um marco importante na recuperação da pandemia com o aumento da demanda por viagens de lazer. O rápido aumento na demanda de viagens em junho proporcionou estabilidade à nossa posição financeira, impactando nossas operações após um período prolongado de depressão da demanda devido à pandemia. Portanto, estamos intensamente focados em melhorar nossas operações à medida que restauramos nossa rede para atender à demanda.

“Temos tremenda flexibilidade e oportunidade com nossa carteira de pedidos do Boeing 737 MAX. Além de comprometer 55 aeronaves para 18 novas cidades e aproximadamente 37 aeronaves para o Havaí até o final deste ano, pretendemos utilizar novas aeronaves no próximo ano e além de restaurar a maioria de nossas rotas e frequências pré-pandemia e buscar novas oportunidades de mercado.

“Podemos optar por acelerar os esforços de modernização da frota se essas oportunidades de crescimento não se concretizarem. Acreditamos que 2022 será outro ano de transição na recuperação da pandemia e nossos principais objetivos serão fornecer confiabilidade operacional com recursos otimizados; gerar lucros e margens sólidas; restaurar e expandir a rede de rotas; e reduzir a intensidade das emissões de carbono.”

Com informações da Southwest Airlines

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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