Mais um grande pedido na Índia? Jet Airways estuda encomendar 200 aviões

O consórcio Jalan-Kalrock, dono da companhia aérea indiana Jet Airways, estuda a possibilidade de encomendar cerca de 200 aeronaves. Mais detalhes sobre os tipos de aeronaves em consideração ainda não são conhecidos.

Embora a data de relançamento tenha sido adiada, continuam as especulações sobre sua possível frota futura, que faria parte de seu plano inicial de crescimento. Agora ficou claro que o pedido poderia ocorrer durante o Paris Air Show, que acontecerá em junho próximo, reporta o Aviacionline.

De acordo com a mídia local, o plano da Jet Airways é “manter o mix de aeronaves para que possa aproveitar as oportunidades no mercado indiano”.

Esta não é a primeira vez que a administração da empresa considera fazer um grande pedido de aeronaves de fuselagem estreita e larga da Airbus ou da Boeing: em 2021, a Bloomberg informou que o Jalan-Kalrock estava em negociações com a intenção de fazer um pedido de cem aeronaves de corredor único. A ideia não prosperou devido à oposição dos credores.

A atividade aérea e a competição na Índia estão se intensificando. Atualmente, a procura de viagens aéreas, tanto nacionais como internacionais, já atinge níveis próximos dos registados antes do início da pandemia. E as projeções indicam que a tendência continuará no futuro próximo.

Nesse contexto, outras companhias aéreas do país confirmaram grandes encomendas nas últimas semanas. Em meados de fevereiro, a Air India encomendou quase meio milhar de aeronaves da Airbus e da Boeing. Dias depois soube-se que a IndiGo estava a negociar uma encomenda de “centenas” de aviões com o fabricante europeu.

A história da JET

A Jet Airways inaugurou suas operações em 1993. Com sede em Mumbai, era uma das principais companhias aéreas da Índia. Porém, com a chegada deste século, começou a enfrentar novos desafios. O surgimento do modelo low-cost no país e o crescimento das grandes companhias aéreas no Oriente Médio mudaram o mercado.

Progressivamente, a empresa foi perdendo espaço em nível local nas mãos das empresas de baixo custo, lideradas pela IndiGo. Em 2018, a alta do preço dos combustíveis e a desvalorização da moeda local pressionaram as finanças. No final do ano, a companhia aérea não conseguia saldar as suas dívidas e nem sequer pagar os salários dos seus funcionários.

Finalmente suspendeu suas operações em 17 de abril de 2019. Em meados de 2022, a Jet Airways obteve novamente seu certificado de operadora, embora o reinício de seus serviços tenha sido adiado e ainda não esteja operando comercialmente.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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