Mais uma pipa cai do lado dos aviões e cria risco no Aeroporto Internacional de São Paulo

A pipa caída no pátio de Guarulhos – Imagem: Ricardo Castelfranchi

Continua aumentando a contagem de casos de pipas interferindo nas operações aeroportuárias no Brasil, dessa vez, novamente no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, o mais movimentado da América do Sul.

Embora em condições normais possa parecer apenas uma brincadeira, a utilização dos artefatos de vareta, linha, papel de seda e plástico em determinadas áreas, como as próximas a aeroportos, pode colocar vidas em risco ou causar grandes problemas para toda a comunidade, como já alertado pela própria GRU Airport, administradora do terminal paulista.

Neste domingo, 1º de maio, uma pipa foi vista caindo no pátio do aeroporto, mais uma vez criando risco, como, por exemplo, o de uma ingestão por motor de aeronaves.

As imagens vistas nesta matéria foram disponibilizadas ao AEROIN pelo leitor Ricardo Castelfranchi, que presenciou e registrou o momento em que um funcionário retirava a pipa do pátio do Terminal 2 de Guarulhos.

Imagem: Ricardo Castelfranchi
Imagem: Ricardo Castelfranchi

Como publicado há pouco tempo pelo AEROIN, a queda de uma pipa, no mês passado, em uma taxiway do mesmo aeroporto levou os pilotos da Latam a pararem seu avião, para evitar o risco de ingestão pelo motor.

Com a aeronave parada em uma posição que interferia com a pista, até que a pipa fosse removida pela equipe de solo, o controle de tráfego aéreo precisou instruir a arremetida de um Airbus A380 da Emirates e de outros aviões, que se aproximavam na sequência.

A ocorrência mostra como a atitude de soltar pipa próximo de aeroportos pode causar transtornos e perigo. Dezenas de casos são registrados todos os anos no aeroporto paulista.

Segundo a GRU Airport, além da possibilidade de ingestão pelo motor, citada acima, o que também agrava os riscos nesse tipo de prática é o uso do cerol nas linhas de pipa, também conhecidas como linha chilena, acrescido de óxido de alumínio, com intuito de cortar a linha de outras pipas. A comercialização desse tipo de linha é proibida em diversos locais do país porque pode causar graves acidentes.

Em contato com as aeronaves, as linhas das pipas podem cortar partes importantes, romper mangueiras hidráulicas, enroscar em comandos primários de voo podendo causar travamentos, além de expor ao risco centenas de pessoas que trabalham nos pátios de manobras.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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