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Marinha do Brasil mostra como funciona a atuação de sua Aviação na Antártica

Aeronave Helibrás HB-355 (UH-13) – Imagem: Marinha do Brasil

O Brasil mantém sua presença na Antártica desde 1982, quando deu início ao Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR). Este programa de caráter estatal tem como principal objetivo impulsionar a pesquisa científica no continente gelado, assegurando ao país a posição de membro consultivo do Tratado da Antártica.

Com o propósito de facilitar as atividades dos cientistas, a Marinha do Brasil (MB) conduz a Operação Antártica (OPERANTAR). Essa operação inclui não apenas efetivos militares e embarcações, mas também engloba a utilização das aeronaves provenientes do 1° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral da Marinha (HU-1).

Conhecidas como “águias”, as aeronaves prestam apoio logístico móvel, transportando pessoal e material entre os navios antárticos e os locais pretendidos pelos cientistas para a coleta de dados. Já são cerca de 5 mil horas de voo realizadas.

Como explica o Comandante da Força Aeronaval, Contra-Almirante Emerson Gaio Roberto, além do apoio logístico, os aviadores navais atuam em outras atividades. “Os voos incluem reconhecimento de campo de gelo, facilitando a navegação dos navios, bem como captação de imagens e filmagens de áreas de interesse. Além disso, as aeronaves realizam lançamentos e recolhimentos de acampamentos científicos nas Ilhas Pinguim, James Ross, Livingston e Marambio, na Península Antártica”. Trata-se de uma contribuição inestimável para esta missão crucial, cuja importância político-estratégica para o Estado Brasileiro é evidente há quatro décadas.

De acordo com o Comandante do Esquadrão HU-1, Capitão de Fragata (Fuzileiro Naval) Thiago Lopes da Silva, as primeiras missões ao continente antártico, até então desconhecido, serviram para acumular experiências que visavam ao aperfeiçoamento da Operação.

Aprendizados foram conquistados a partir de condições meteorológicas adversas e das particularidades de desempenho das aeronaves em climas frios. Em relação ao sucesso dos destacamentos aéreos embarcados, a experiência demonstrou a importância de se operar com dois helicópteros, para que o navio continue contando com apoio aéreo, caso ocorra indisponibilidade de uma das aeronaves. Além disso, o emprego de dois helicópteros abrevia o tempo no transporte de pessoal e fornece maior segurança, uma vez que um apoiaria o outro em caso de pane no solo ou para o cumprimento de uma eventual missão SAR (busca e salvamento)”, explicou.

As portas das aeronaves que operam no continente antártico são na cor laranja para facilitar a visualização em meio a neve – H135 T3 (UH-17) – Imagem: Marinha do Brasil

Histórico

No primeiro ano da OPERANTAR, as aeronaves auxiliaram na missão de reconhecimento hidrográfico, oceanográfico e meteorológico das áreas a noroeste do continente antártico. Os resultados obtidos auxiliaram no reconhecimento internacional da presença brasileira na Antártica.

Na sequência, durante a OPERANTAR II, os aviadores navais atuaram transportando material e pessoal para implantar a Estação Antártica Comandante Ferraz  na Península Keller, na Baía do Almirantado, situada na Ilha Rei George, arquipélago das Shetland do Sul.

Ao longo da história, quatro modelos diferentes de helicópteros participaram da OPERANTAR, atuando a partir do Navio de Apoio Oceanográfico “Barão de Teffé”, do Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel” e do Navio-Polar “Almirante Maximiano”.

Em outubro de 2020, a missão na Antártica passou a ser realizada por duas modernas aeronaves UH-17 que ingressaram no setor operativo para prestar apoio aéreo às OPERANTAR, devido ao seu desempenho em autonomia, velocidade, capacidade de carga, possibilidade de realização de voos por instrumentos, além de possuir equipamentos de suporte a vida, na configuração de UTI aérea.

Informações da Marinha do Brasil

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