Marinha do Brasil participa pela primeira vez de treinamento conjunto das Forças Armadas com drones

Imagem: Marinha do Brasil

Pela primeira vez, a Marinha do Brasil (MB) participou de um treinamento conjunto das Forças Armadas voltado especificamente para o aperfeiçoamento do emprego de aeronaves remotamente pilotadas, conhecidas popularmente como drones, em ações de inteligência, vigilância e reconhecimento.

O Exercício Operacional de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (EXOP IVR 2025), concluído na segunda-feira (24), na Base Aérea de Santa Maria (RS), contou com a participação de mais de 350 militares. Eles foram testados em operações integradas de reconhecimento aeroespacial, patrulha naval, defesa cibernética e controle aéreo avançado, explorando os limites tecnológicos dos sensores embarcados.

Segundo o Comandante do 1º Esquadrão de Aeronaves Remotamente Pilotadas (EsqdQE-1), Capitão de Fragata Raphael Estrella Nogueira, a missão permitiu a troca de experiências entre a mais recente unidade aérea da MB e o Esquadrão Hórus, da Força Aérea Brasileira (FAB), primeiro do país a operar aeronaves desse tipo, há pelo menos 12 anos.

Estamos acostumados a realizar missões de caráter naval, sejam embarcadas nos navios da Esquadra ou sobre o mar. Esse exercício foi uma oportunidade de ampliarmos nossa doutrina em missões terrestres, especialmente com atividades em campo junto ao Exército”, explicou.

A Força Naval participou com quatro aeronaves RQ-1 ScanEagle, capazes de permanecer em voo por até 15 horas, alcançar uma altitude de 19.500 pés (cerca de 5.943 metros) e atingir uma velocidade de cruzeiro de aproximadamente 110 km/h.

Além das aeronaves não tripuladas das três Forças, o treinamento contou com a participação do Navio-Patrulha Babitonga, da Marinha, aviões de caça e de reconhecimento da FAB e veículos blindados do Exército Brasileiro (EB).

Algumas brigadas do EB atuaram como força oponente no campo para que pudéssemos realizar toda a parte de inteligência, reconhecimento e acompanhamento de alvos, comboios e cativeiros”, resumiu o Comandante do EsqdQE-1.

Ele adiantou que há a possibilidade de o exercício ser adotado oficialmente pelas três Forças. “A intenção é que se torne uma missão anual, permitindo um incremento doutrinário e até a padronização do emprego de aeronaves remotamente pilotadas no âmbito da Defesa”, reforçou.

Aeronaves remotamente pilotadas da Marinha

Ativado em julho de 2022, em São Pedro da Aldeia (RJ), o 1º Esquadrão de Aeronaves Remotamente Pilotadas da Marinha foi criado com o propósito de ampliar a capacidade operacional dos navios da Força Naval em missões de inteligência, vigilância e reconhecimento.

O Esquadrão possui seis aeronaves ScanEagle, com seus respectivos lançadores e recolhedores, permitindo operações terrestres e embarcadas, diurnas e noturnas, para controle naval do tráfego, inspeção naval, prevenção de ilícitos, combate à pirataria e ao terrorismo, monitoramento de desastres e operações de resgate.

Informações da Marinha do Brasil

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Com uma paixão pelo mundo aeronáutico, especialmente pela aviação militar, atua no ramo da fotografia profissional há 8 anos. Realizou diversos trabalhos para as Forças Armadas e na cobertura de eventos aéreos, contribuindo para a documentação e promoção desse campo.

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