Menos de um mês para a grande mudança nas rotas dos aviões que sobrevoam São Paulo

O Projeto TMA-SP Neo, que será efetivado em 20 de maio, tem por propósito aumentar a eficiência do tráfego aéreo por meio da remodelação das rotas de voo por instrumentos dentro da Terminal com a inserção das técnicas da Navegação Baseada em Performance (PBN). Redução nos atrasos e na emissão de gás carbônico (CO²) na atmosfera, redução no consumo de combustível e otimização do trabalho dos controladores de tráfego aéreo são outras vantagens do Projeto.

Todo este trabalho de reestruturação envolve ações na porção do espaço aéreo mais movimentada do Brasil – entre Rio de Janeiro e São Paulo. Para se ter uma ideia, na TMA-SP transitam mais de 55 mil voos por mês, o que corresponde a mais de 660 mil por ano. Por conta disso, várias Áreas de Controle Terminal (TMA) são afetadas: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Pirassununga (YS), Curitiba (CT), Florianópolis (FL) e Porto Alegre (PA).

Para explicar tudo com riqueza de detalhes, os oficiais da Força Aérea Brasileira responsáveis pelo projeto estiveram numa entrevista ao vivo para o Canal ASA do YouTube, na noite de domingo (25). Tratou-se de uma aula sobre como funciona uma TMA, para profissionais e também para quem é apenas entusiasta da aviação.

O vídeo está disponível abaixo:

213 novas cartas

Em um trabalho conjunto do Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA) e do Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP), o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) entregou, como produto do projeto TMA-SP Neo, 213 Cartas Aeronáuticas. As Cartas foram disponibilizadas nesta quinta-feira, dia 25 de fevereiro, na AISWEB e marcaram o início da fase de implementação do Projeto.

Segundo o gerente da TMA-SP Neo, Major Aviador Sergio Luiz Marques Malecka, “foi um trabalho complexo, desenvolvido pelo ICA, que envolveu diversos elaboradores de procedimento, desde a concepção, passando pelo voo do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV) e publicação das cartas com três ciclos AIRAC (Regulamentação e Controle de Informação Aeronáutica) de antecipação”.

Conforme preconizado pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), são necessários ciclos de 28 dias para que se possa divulgar com suficiente antecedência as novas informações sobre alterações relacionadas com aeroportos e infraestrutura de navegação aérea ou sobre novos procedimentos.

“Essa antecipação”, prossegue o Major Malecka, “visa possibilitar que as empresas possam assimilar a grande quantidade de cartas publicadas, entre procedimentos de aproximação, chegada, saída e outros. Uma das novidades entre as cartas são as de Altitude Mínima de Vigilância Radar (ATCSMAC), trazendo novas funcionalidades como a aplicação do conceito de FAVA (Área de Vetoração na Aproximação Final), que vai permitir que os controladores tenham mais flexibilidade durante a vetoração de aeronaves, mantendo os altos níveis de segurança”.

Com informações do DECEA e texto de Telma Penteado

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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