Uma incisão menor do governo no preço das passagens agradou os acionistas das companhias aéreas brasileiras que estão na Bolsa de Valores.
O pacote que pretende reduzir o preço das passagens aéreas foi anunciado ontem pelo Governo Federal junto da Azul, GOL e LATAM. Ele propõe “cotas” com passagens em valores até R$799, valorizando o passageiro que compra com antecedência, ao mesmo tempo que inclui tarifas básicas da venda faltando poucos dias para o voo, deixando apenas tarifas flexíveis e mais completas.
Desde que a passagem aérea começou a impactar de forma relevante a inflação no Brasil, o Planalto tem feito uma força-tarefa para tentar reduzir o preço do bilhete e o mercado financeiro esperava uma decisão mais dura do governo ainda que respeitando a liberdade econômica, previsto em lei para o setor aeronáutico.
Em fala à Nasdaq, a Genial Investimentos diz que a percepção é que os investidores “esperavam algo pior e que as cotas não devem mudar a percentagem de lucro das aéreas”. Reflexo disso foi na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, onde a Azul registrou alta de 4% e a GOL atingiu 3%. A LATAM não é listada.
Já o BTG Pactual vê que, apesar dos CEO das três maiores aéreas afirmarem que a passagem deve baixar com expansão da oferta de assentos (algo já anunciado anteriormente por todas as companhias), a demanda continua estável e crescente, indicando que a demanda irá acompanhar o incremento na oferta e, logo, não deverá ser visto uma grande diferença no preço dos bilhetes em 2024.
No primeiro mês do ano que vem, o governo deve finalmente lançar o Voa Brasil, que é uma outra medida para redução de preços. Desta vez será direcionados a aposentados e pensionistas, com tarifas de R$200 para assentos vazios em voos.
A dinâmica de funcionamento do Voa Brasil ainda não foi apresentada e existe um temor que seja similar à dos ônibus interestaduais: servindo apenas algumas rotas, com pouca disponibilidade e sendo burocrático para comprar.