Milhares de voos são cancelados em pleno feriado prolongado nos EUA

Boeing 757-200 – Imagem: Delta

O súbito aumento expressivo da procura por viagens aéreas nos Estados Unidos tem gerado um caos aéreo no país. Mais de 4 mil voos foram cancelados desde o final de semana deste feriado prolongado do Memorial Day, celebrado nesta segunda-feira, 30 de maio e considerado uma prévia da alta temporada.

Foram cerca de 1.300 cancelamentos apenas no domingo, 29 de maio, que se somaram a 2.300 da sexta-feira e outros 1.500 no sábado. As informações são do Flight Aware e repercutidas na imprensa norte-americana.

A Delta Air Lines é a mais impactada, com mais de 250 voos canceladas no sábado, ou 9% de suas operações. Os cancelamentos continuaram no domingo, com quase 160 voos, ou 6% das operações da companhia.

O Aeroporto Internacional Hartsfield-Jackson, em Atlanta, principal base da Delta, foi um dos mais atingidos do país por atrasos e cancelamentos neste fim de semana prolongado. No sábado, 5% dos voos foram cancelados e 19% atrasados. No domingo, 3% foram cancelados e 4% atrasados. O feriado nacional do Memorial Day é, muitas vezes, visto pelo mercado como um ensaio para a alta temporada de verão, que começa no final de junho.

Segundo o USA Today, a causa deste caos aéreo norte-americano é, de acordo com analistas, a mesma que tem causado problemas em aeroportos europeus: o excesso de demanda com a flexibilização das viagens aéreas depois de dois anos de restrições impostas pela pandemia de COVID-19. Muitos acreditam que o número de viajantes igualará ou até superará os níveis anteriores à pandemia em pouco tempo.

Muitas companhias aéreas e aeroportos ainda não estão totalmente recuperados dos impactos da pandemia e ainda têm milhares de funcionários a menos do que em 2019.

Com a alta demanda, os preços das passagens aéreas dispararam. As tarifas domésticas para o verão estão, em média, 24% mais altas do que em 2019, antes da pandemia, e 45% mais altas do que há um ano, segundo a empresa de dados de viagens Hopper.

Até o momento, não há previsão de quando a situação começará a ser normalizada. A ameaça é que a situação se agrave nas próximas semanas, caso medidas de contingência adequadas não sejam tomadas por companhias aéreas e aeroportos.

Fabio Farias
Fabio Farias
Jornalista e curioso por natureza. Passou um terço da vida entre aeroportos e aviões. Segue a aviação e é seguido por ela.

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