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Ministério da Saúde contrata por R$ 14 milhões empresa de táxi aéreo acusada de garimpo ilegal

Garimpo na região amazônica – Imagem ilustrativa

Em uma série de revelações recentes, o Ministério da Saúde se encontra no centro de uma controversa situação envolvendo contratos firmados com a Piquiatuba Táxi Aéreo. Sob a gestão de Nísia Trindade, dois contratos foram estabelecidos em 2023, totalizando R$ 14,4 milhões, com a referida empresa, que atualmente enfrenta acusações relacionadas ao garimpo ilegal de ouro em uma reserva biológica na Amazônia.

De acordo com informações apuradas pelo jornal Estado de São Paulo, a Piquiatuba Táxi Aéreo, sediada em Santarém (PA), está sob escrutínio da Justiça devido ao suposto uso de suas aeronaves para auxiliar atividades de garimpo ilegal na Reserva Biológica Maicuru, no norte do Pará, próxima a comunidades indígenas isoladas.

Os contratos em questão foram estabelecidos pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) de Tapajós e Kaiapó Redenção, ambos no Pará, com a finalidade de fornecer serviços de fretamento de aeronaves para missões de equipes de saúde em comunidades indígenas. No entanto, a denúncia do Ministério Público Federal sobre as atividades ilegais da empresa lança uma sombra sobre essas transações.

A política ambiental anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu tolerância zero contra o garimpo ilegal, está em contraste direto com os acordos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, gerando questionamentos sobre a coerência das ações governamentais.

A relação entre a Piquiatuba e o setor público remonta de anos anteriores, com a empresa tendo recebido significativos recursos do governo federal desde 2014. Os contratos renovados pela gestão de Nísia Trindade, mesmo em meio às denúncias e investigações em curso, levantam sérias preocupações sobre a conduta ética e legal do Ministério da Saúde em suas relações comerciais.

A empresa e seus sócios enfrentam acusações graves, incluindo a extração ilegal de ouro em áreas protegidas, com aeronaves supostamente utilizadas para facilitar tais atividades ilícitas. A dimensão dos danos ambientais e sociais causados por essas práticas ilegais é considerável, conforme destacado pelo Ministério Público Federal.

Diante dessas revelações, o Ministério da Saúde respondeu afirmando não compactuar com o garimpo ilegal e prometendo suspender os contratos com a Piquiatuba apenas se a empresa for condenada na Justiça. No entanto, a gravidade das acusações levanta dúvidas sobre a adequação dessa postura e exige uma resposta mais enérgica por parte das autoridades responsáveis.

A fiscalização e a aplicação rigorosa da lei são fundamentais para garantir a integridade das transações comerciais do governo e proteger o meio ambiente, especialmente em regiões tão sensíveis quanto a Amazônia.

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