Início Variedades

Modelo é barrada no aeroporto de Dubai porque no passaporte ela é homem

Modelo Rachaya Noppakaroon, quando impedida de entrar nos Emirados Árabes Unidos – Imagem: Facebook / Rachaya Noppakaroon

Uma modelo transexual tailandesa foi barrada no Aeroporto de Dubai e deportada porque no passaporte dela ainda consta a indicação de gênero masculino. A jovem participaria, em março, de uma apresentação na Expo 2020, feira internacional que havia sido adiado por causa da pandemia de COVID-19.

Rachaya Noppakaroon chegou ao Aeroporto Internacional de Dubai (DXB) com uma equipe de 14 pessoas no início de março. A jovem contou que embora tivesse em mãos todos os documentos necessários para a visita, incluindo passaporte, visto e comprovante de vacinação, foi impedida de entrar em Dubai e detida no aeroporto por horas.

“Eles me disseram que me mandariam de volta para a Tailândia”, narrou Rachaya em um post na página dela no Facebook no dia 16 de março. “A razão é porque ‘sou mulher, mas sou homem’”. Ela conta ter ficado detida no aeroporto por nove horas, período em que foi forçada a ficar em uma sala de espera apenas para homens, apesar de se identificar como mulher e ter concluído a cirurgia de mudança de sexo.

Rachaya diz que, durante o interrogatório, os guardas da imigração perguntaram sobre o tamanho de seus seios e se ela “fez tudo” em referência à cirurgia. Os agentes também fizeram perguntas constrangedoras, como se a jovem era capaz de ter filhos.

Ela acabou sendo levada para um hotel durante a noite, onde diz que chorou entre os momentos em que conseguiu dormir um pouco. Na manhã seguinte, foi escoltada para um voo da Emirates e deportada para a Tailândia.

Crime

Os Emirados Árabes Unidos criminalizam a homossexualidade e consideram ilegal ser transgênero. “Sexo não natural com outra pessoa” é punível com até 14 anos de prisão em todo o país do Oriente Médio, de acordo com a organização Human Dignity Trust, com sede no Reino Unido.

A Tailândia, país que é referência mundial em cirurgias de troca de sexo, não permite que o gênero biológico seja alterado no passaporte. Essa postura do governo tailandês irritou mais Rachaya do que a atitude dos guardas no aeroporto. “Não culpo os funcionários de Dubai por isso (mas estamos com raiva)”, escreveu em um post nas redes sociais. “Culpo a lei tailandesa que nos despreza e a muitas pessoas que enfrentam problemas como nós. Espero que eles vejam que é algo que precisa ser consertado”.

Sair da versão mobile