Moody’s mantém nota de risco da Embraer e retira perspectiva negativa

© Austrian Airlines

A agência de classificação de risco Moody’s manteve o rating corporativo da Embraer em Ba2 (rating de dívida sênior sem garantia), e Ba2 das notas sênior sem garantia emitidas pela Embraer Overseas Limited e Embraer Netherlands Finance BV e garantidas pela Embraer. A perspectiva para todos os ratings foi alterada para estável (antes era negativa).

Segundo a agência, o rating Ba2 continua a refletir a sólida posição de liderança na fabricação de jatos regionais, boa liquidez e um perfil de vencimento de dívida gerenciável, disponibilidade de captação de recursos junto aos bancos públicos brasileiros e ativo estratégico para o Governo do Brasil, que detém uma golden share na companhia com direito de veto. A classificação também considera a natureza cíclica do negócio de aviação e o aumento da concorrência.

Conforme a análise detalha, o desempenho financeiro e o balanço patrimonial da Embraer foram severamente atingidos pelo impacto da pandemia na demanda por novas aeronaves comerciais e executivas em 2020, com uma recuperação mais sustentada provavelmente apenas em 2022.

A Moody’s espera que a alavancagem bruta ajustada da Embraer diminua para 7 ou 6 vezes até o final de 2022 e para 6 ou 5 vezes em 2023. Indicadores recentes mostram alavancagem de 9 vezes em 2021 e 19,1 vezes em 2020, quando as métricas de crédito foram prejudicadas por entregas mais baixas relacionadas à pandemia e a dívida levantada pela empresa para cobrir suas necessidades de caixa.

“Apesar da potencial volatilidade nos contratos existentes com o governo brasileiro, a carteira de pedidos da Embraer continuará a crescer com pedidos adicionais no segmento de aviação comercial, como ilustrado pelo acordo recentemente anunciado com a Azorra para até 50 aeronaves E190-E2 ou E195-E2 no valor de US$ 3,9 bilhões com base em preços de tabela, dos quais US $ 1,6 bilhão estão firmemente comprometidos”, estima a agência.

O perfil de liquidez da empresa também melhorará com os recursos da venda de ativos e a entrada esperada relacionada à combinação de negócios da Eve em 2022, o que ajudará a reduzir os índices de alavancagem líquida para menos de 3x em 2022-23, de cerca de 4 vezes em 2021.

A agência também acredita que o fluxo de caixa da Embraer também se beneficiará de sua estratégia de redução de consumo de caixa por meio de ganhos de eficiência, como melhor gestão de estoques, redução do ciclo de produção de aeronaves em mais de 35% até 2022 e otimização dos investimentos para responder às condições do mercado, como ilustrado pelo adiamento da entrada do jato 175-E2 de 2022 para 2024 devido a limitações da cláusula de escopo do contrato piloto nos Estados Unidos.

Informações via ADVFN Newswire

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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