Uma triste coincidência. No ano em que a Airbus completa 50 anos, ela simultaneamente perder o último dos seus ‘pais’. O engenheiro Roger Béteille (1921-2019), ex-diretor geral do consórcio europeu, morreu no último sábado (22), aos 97 anos de idade.
Roger Béteille, junto com Henri Ziegler e German Felix, tiveram uma atuação que levou à criação das bases para a Airbus que o mundo vê hoje, resultando na primeira grande conquista que foi a estreia do modelo A300.
Nascido em 1921 na região de Aveyron, ele era formado em engenharia de voo e teve boa parte de sua carreira dedicada à SNCASE e Sud-Aviation, duas das principais indústrias aeronáuticas do mundo na década de 50 a 70, tendo participado com destaque nos programas Armagnac e Caravelle, dois ícones da história aeronáutica mundial.
Devido ao seu talento para unir as pessoas e seu tom diplomático, ele gerenciou a união de três grandes times de projeto da França, Alemanha e Inglaterra, criando o embrião que viria a ser a Airbus. Era 1967, e os países assinavam um memorando para iniciar a fase de estudos do A300, um grande bimotor que seria dedicado a rotas de média distância.
Finalmente, em 1969, durante um Paris Airshow, nasce o A300 e, com ele, a Airbus. De lá em diante, a empresa só cresceu e destacou-se. Vieram o A310, A320, A330, A340, etc., o resto da história nós já conhecemos.
Entre 1975 e 1985, Béteille conduziu a Airbus Industrie na posição CEO. Após sua saída, continuou como conselheiro.
Em homenagem a um de seus ‘pais’, a Airbus batizou a fábrica do Airbus A350 em Toulouse, com seu nome: Roger Béteille Assembly Line.
Descanse em paz!