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Mostarda vira fonte para fazer combustível de aviação que reduz emissões e custo

Imagem ilustrativa: Boeing 737-800 da Southwest Airlines – Créditos: Stephen M. Keller

Só nos EUA, a cada ano, a indústria aeronáutica contribui com 2,5% das emissões de gases do efeito estufa, mas, essa situação pode mudar com as alternativas de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF, na sigla em inglês) que estão surgindo mundo afora.

De acordo com uma nova pesquisa realizada pelo cientista Puneet Dwivedi da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, e divulgada no site UGA Today da universidade, substituir combustível de aviação (QAV-1) por combustível derivado de um tipo de planta de mostarda pode reduzir as emissões de carbono em até 68%.

A espécie de mostarda se chama Brassica carinata, uma cultura de sementes oleaginosas não comestíveis. Segundo o cientista, “Se pudermos garantir o fornecimento de matéria-prima e fornecer incentivos econômicos adequados ao longo da cadeia de abastecimento, poderemos potencialmente produzir SAF com base em carinata no sul dos Estados Unidos”.

“O SAF baseado em carinata poderia ajudar a reduzir a pegada de carbono do setor de aviação, criando oportunidades econômicas e melhorando o fluxo de serviços ecossistêmicos na região sul”, complementa.

Para os norte-americanos, a pesquisa de Dwivedi chegou em um momento oportuno.

No mês passado o presidente democrata Joe Biden propôs um crédito tributário para combustível como parte do Sustainable Aviation Fuel Grand Challenge (Grande Desafio de Combustível Sustentável de Aviação), que reúne agências do país para aumentar a produção de combustível sustentável.

Biden estabeleceu a meta de uma queda de 20% nas emissões de gases da aviação norte-americana até 2030 e o setor da aviação ser totalmente carbono líquido zero até 2050.

No estudo, o preço para a produção do combustível sustentável de carinata variou de US$ 0,12 (R$ 0,68) por litro no limite inferior a US$ 1,28 (R$ 7,31) por litro, com base nos incentivos econômicos e de mercado existentes.

O valor do combustível de aviação convencional, à base de petróleo, foi US$ 0,50 (R$ 2,85) por litro mais caro do que o combustível sustentável baseado em carinata quando os incentivos econômicos atuais foram incluídos na análise.

“Os atuais mecanismos de política devem continuar a apoiar a fabricação e distribuição de SAF. O Grande Desafio anunciado pelo presidente Biden pode ser um divisor de águas no apoio à produção de SAF com base em carinata na região sul”, finalizou Dwivedi.

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