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Motor de Boeing 777 é desligado em voo após ‘chip detector’ identificar limalha; entenda

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Avião Boeing 777-300ER KLM Orange Pride
O Boeing 777 envolvido no incidente – Imagem: Golfgenesis / CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Os pilotos de um Boeing 777 precisaram fazer um pouso não programado em um aeroporto alternativo na última quinta-feira, 31 de dezembro, depois que a aeronave apresentou uma condição que levou ao desligamento de um motor quando já voava há algum tempo em nível de cruzeiro.

Segundo informações do The Aviation Herald, a aeronave envolvida no incidente foi o Boeing 777-300 registrado sob a matrícula PH-BVA, da companhia aérea holandesa KLM, quando realizando o voo de número KL-896 do Aeroporto Shanghai Pudong, na China, para o Aeroporto Amsterdam Schiphol, na Holanda.

O jato voava somente com a tripulação a bordo, pois carregava apenas carga. Ele estava mantendo o nível de voo FL320, ou seja, 32 mil pés de altitude (9.750 metros), cerca de 4 horas após a decolagem, quando já sobre a Rússia a tripulação relatou problemas com o motor esquerdo.

Foi iniciada uma redução de altitude e, quando por volta de 28 mil pés, a tripulação iniciou uma curva para desviar para o aeroporto alternativo em Pequim, na China. A aeronave foi estabilizada no nível de voo FL250 e, cerca de duas horas depois, iniciou a descida para a aproximação.

O Boeing 777 fazendo virando para voltar à China – Imagem: FlightRadar24

O Boeing 777-300 pousou com segurança na pista 01 de Pequim cerca de 3,5 horas após deixar o FL320, e pouco mais de 7 horas e 20 minutos desde a decolagem.

A companhia aérea relatou apenas que um problema técnico motivou o desvio para Pequim, porém, o The Aviation Herald informa que recebeu, em 1º de janeiro de 2021, informações de que em algum momento do desvio o motor esquerdo foi desligado.

Após o pouso, a manutenção encontrou fragmentos metálicos, tecnicamente nomeados de “metal chips” ou limalha, no sensor chamado “magnetic chip detector”, ou detector magnético de limalha.

Este sensor, como o próprio nome define, é magnético para que qualquer fragmento metálico presente no óleo lubrificante do motor seja atraído para o detector, gerando um aviso à tripulação no painel da aeronave. Com isso, é possível saber que algum componente interno do motor está sofrendo um desgaste fora do normal e emitindo os fragmentos metálicos.

Veja no vídeo a seguir um exemplo de remoção de ‘chip detector’ de um motor CFM56 da General Electric (GE), a mesma fabricante do motor GE90 do Boeing 777:

Desligar o motor é uma das formas de lidar com a indicação, pois a limalha presente no “chip detector” pode ser resultado de um desgaste de componente que, se continuar a pleno funcionamento no interior do motor, poderá sofrer uma quebra, levando a consequências muito mais sérias.

Até a publicação desta matéria, mais de dois dias completos após o pouso, a aeronave ainda está no solo em Pequim, indicando que o motor afetado possivelmente precisará passar por uma inspeção interna mais detalhada ou por um reparo.

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